Realidade e ficção se misturam em Festival Internacional de Teatro no interior de SP

09/07/2013 - 12h58

Camila Maciel
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Uma cena teatral marcada pelo entrelaçamento entre o real e o ficcional. Foi esse traço da produção contemporânea que orientou o trabalho de curadoria da 13ª edição do Festival Internacional de Teatro (FIT), que transcorre até o próximo sábado (13) em São José do Rio Preto, a cerca de 440 quilômetros da capital paulista. Foram selecionadas para a mostra 37 peças que buscam confundir o espectador sobre o que é realidade e o que é fruto da imaginação de seus criadores. Participam do festival 27 companhias de teatro, entre as quais seis estrangeiras.

"Diante do que foi apresentado [nos cerca de 500 trabalhos inscritos], o que se mostrou latente nas obras foi a relação entre a ficção e a realidade. Isso é algo muito presente na escolha dos espetáculos e, portanto, uma marca da programação desta edição", explicou Sarah Carvalho, coordenadora executiva do FIT, que começou quinta-feira (4) passsada.

Dos cerca de 18 mil ingressos que serão colocados à disposição do público, quase 65% são gratuitos. "E mesmo os pagos variam entre R$ 2,50 e R$ 10. Além disso, temos muitas atividades na rua. A nossa proposta é formar plateia também, aproximando o teatro de pessoas que não costumam ter essa experiência", destacou a coordenadora.

Um dos trabalhos selecionados é do diretor norte-americano Bob Wilson. A peça A Dama do Mar será apresentada nos dias 12 e 13 de julho no Teatro Municipal Humberto Sinibaldi Neto. O texto é uma adaptação do clássico de Henrik Ibsen. No palco, são apresentados elementos representativos da obra de Wilson, como o rigor com que utiliza a luz, a música e o movimento dos artistas.

Também serão apresentados no festival, espetáculos da Colômbia, Argentina, Itália e do Chile. O grupo chileno Teatro Kimen apresentou a montagem Galvarino nos primeiros dias da mostra. O texto, baseado no testemunho da irmã de Galvarino, Marisol Ancamil, conta a história de uma família mapuche - povo indígena do Centro-Sul do Chile e do Sudoeste da Argentina - que aguarda a chegada de um dos seus membros que estava exilado na Rússia há mais de 30 anos. O que a família não sabe é que ele fora assassinado dias antes do retorno por um grupo neonazista.

Outro destaque do FIT é o espetáculo infantil Para Meninos e Gaivotas, Um Voo Rasante, da Companhia Sylvia que Te Ama Tanto, que faz sua apresentação de estreia no festival, a pedido da curadoria. O grupo irá se apresentar na quinta-feira (11), às 19h, e fará mais duas exibições na sexta-feira (12), sendo uma às 16h e outra às 19h, sempre no Teatro Waldemar de Oliveira Verdi, do Serviço Social da Indústria (Sesi).

Neste ano, são esperados cerca de 80 mil participantes. A coordenadora destaca que, além do público local, já habituado a receber anualmente o festival, a cidade recebe representantes de outras companhias, críticos, curadores e interessados em teatro em geral.

"Umas das nossas atividades formativas, por exemplo, que conta com 70 vagas, metade delas foram ocupadas por pessoas de outros estados. O resultado dessa oficina será levado às ruas de São José do Rio Preto em um cortejo", apontou Sarah Carvalho. Ao todo, serão nove atividades formativas, envolvendo palestras e oficinas de montagem.

A programação completa do FIT, que é promovido pela Prefeitura de Rio de Preto e pelo Serviço Social do Comércio (Sesc), pode ser conferida na internet, pelo endereço www.festivalriopreto.com.br.

Edição: Davi Oliveira

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