Médicos do Rio cobram mais investimentos na saúde e criticam contratação de colegas estrangeiros

28/06/2013 - 23h14

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Os médicos fluminenses protestaram hoje (28) contra as precárias condições de infraestrutura dos hospitais, os baixos salários e a contratação de profissionais estrangeiros para atuar no interior do Brasil. Eles saíram em passeata da frente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio (Cremerj), em Botafogo, e percorreram algumas ruas do bairro. O protesto foi pacífico, e os manifestantes vestiam jalecos brancos.

O secretário-geral e coordenador da Comissão de Saúde Pública do Cremerj, Pablo Vasquez, defendeu a revalidação do diploma dos médicos estrangeiros que venham trabalhar no Brasil. “Quando nós, médicos, vamos atuar no exterior, temos que passar por essa revalidação, a fim de saber se estamos aptos para exercer a profissão ou não. Também queremos avaliar os estrangeiros. Se eles falam português, como é sua comunicação com os pacientes e com os outros profissionais de saúde, entre outras questões. Tudo isso é fundamental para assegurar a qualidade do atendimento”, disse.

O conselheiro do Cremerj e vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Aloísio Tibiriçá, criticou a contratação de médicos estrangeiros e cobrou do governo mais investimento na área de saúde a fim de melhorar as condições de trabalho, de salário e de atendimento.

“Fixar um profissional quando as condições são adversas só ocorre por meio de melhores salários e de uma infraestrutura adequada. Por isso, defendemos, também, que 10% do PIB [Produto Interno Bruto] sejam destinados para a saúde. Com maior investimento, o problema de saúde pública será resolvido, porque médicos não faltam. O recrutamento de médicos estrangeiros é uma vergonha nacional. Uma demonstração da falência da saúde pública no Brasil”, declarou.

Uma nova manifestação está prevista para quarta-feira (3), às 10h, na Cinelândia, no centro do Rio.

 

Edição: Aécio Amado

Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. É necessário apenas dar crédito à Agência Brasil