Manifestantes usam cruzes e túmulo para pedir fim da corrupção

26/06/2013 - 10h12

 

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Além das bolas de futebol posicionadas na manhã de hoje (26) no gramado em frente ao Congresso Nacional, manifestantes usam cruzes de papel e um túmulo improvisado para pedir o fim da corrupção no país. Motivados pela onda de protestos que tomou conta das ruas em diversas cidades brasileiras nos últimos dias, os líderes do recém-criado Movimento 139 reivindicam que parlamentares apreciem com urgência todas as proposições ligadas ao tema que tramitam nas duas Casas Legislativas.

Presidente do movimento, o servidor público Diogo Araújo, de 24 anos, enfatizou que é preciso aproveitar o "momento histórico" para avançar no combate aos malfeitos na administração pública.

"As cruzes representam os 139 projetos engavetados no Congresso, alguns há mais de 15 anos, que tratam do combate à corrupção. Entre os principais estão o que prevê o aumento de penas para crimes contra a administração pública e o que torna imprescritíveis os crimes de corrupção", disse, enquanto fincava no gramado os palitos em que estavam presas cruzes de papel, feitas artesanalmente com a ajuda de dois amigos.

"Vamos continuar pressionando o Congresso até que todos eles [os projetos] sejam aprovados. Podemos continuar indo às ruas, temos pautas claras e, por isso, podemos pressionar", acrescentou. O grupo também reivindica a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Copa, para investigar os gastos com o evento, principalmente os relacionados à construção dos estádios e às obras de infraestrutura.

Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, na última sexta-feira (21), a presidenta Dilma Rousseff explicou que as arenas para a Copa do Mundo são construídas com financiamentos de bancos oficiais, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a empresas e a governos, e garantiu que o dinheiro gasto com esse objetivo não compromete os recursos para a saúde e a educação.

A professora mineira Kátia Fagundes, de 37 anos, que visita Brasília, aproveitou o passeio turístico à Esplanada dos Ministérios na manhã de hoje para ver de perto as manifestações pacíficas que ocupam dois pontos do gramado em frente ao Congresso. Segundo ela, a mobilização popular é justa e precisa ser mantida com responsabilidade.

"É justo todo este movimento, o país estava precisando. Somos um país grande, de lutadores, e acredito que estamos renascendo das cinzas. É um momento de esperança para toda a nação", disse.

Edição: Graça Adjuto

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