Em resposta a críticas, Mantega defende a poupança e a atuação do BNDES

26/06/2013 - 13h23

Daniel Lima*  
Repórter da Agência Brasil

Brasília - "Parece [até] que eu e Dilma somos responsáveis pela crise mundial”. Com essas palavras, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu críticas feitas pelo deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) durante sua apresentação na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

"Parece que o deputado está fora do mundo e não vê o que ocorreu. Parece que o povo na Espanha e na Grécia saiu às ruas porque estava em festa”. Mantega também defendeu a atuação do BNDES e o crédito concedido por este banco a empresas brasileiras, pontos que receberam críticas do deputado Maia.

Mantega disse que não houve privilégios para o crédito concedido às empresas JBS e EBX. O ministro disse que o banco tem um nível de inadimplência menor do que os bancos privados brasileiros e vem assumindo o papel que seria ocupado pelos bancos privados nos financiamentos nos períodos sem crise econômica.

Mantega disse ainda que o BNDES dá dividendos todos os anos, é lucrativo e não apresenta problemas.O ministro da Fazenda defendeu também a nova remuneração da poupança. "Tanto é que os depósitos tem aumentado. O novo sistema beneficia os poupadores sem problema”, disse.

De acordo com os dados do Banco Central (BC), os depósitos em poupança superaram os saques em R$ 5,625 bilhões em maio. Essa é a segunda maior captação líquida (depósitos maiores que retiradas) deste ano, perdendo para março (R$ 5,960 bilhões), mas ficou abaixo do resultado recorde de maio de 2012 (R$ 6,262 bilhões).

Com a elevação da taxa básica de juros, a Selic, para 8% ao ano, no dia 29 de maio, a poupança passou a render mais. Por causa da fórmula em vigor desde o ano passado, que atrelou a remuneração da caderneta aos juros básicos, o rendimento da aplicação subiu de 5,25% para 5,6% ao ano.

Pela regra em vigor, quando a taxa Selic estiver maior que 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais a taxa referencial (TR). Sempre que os juros básicos da economia estiverem iguais ou inferiores a 8,5% ao ano, a caderneta rende 70% da taxa Selic mais a TR. A taxa referencial é igual a zero quando a Selic está igual ou menor que 8% ao ano, o que torna o rendimento totalmente atrelado aos juros básicos.

Esse cálculo só vale para o dinheiro depositado na poupança a partir de 4 de maio de 2012. Para os depósitos anteriores, o rendimento segue a regra antiga, de 0,5% ao mês mais a TR. A poupança é isenta de taxa de administração e de impostos.

*Colaborou Kelly Oliveira

Edição: José Romildo
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