Campanha tenta descontos em hotéis do Rio para época dos grandes eventos

21/06/2013 - 15h59

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

 

Rio de Janeiro – A taxa de ocupação de 60% nos hotéis, abaixo dos 75% projetados inicialmente para a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), levou a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (Abih-RJ) a promover uma campanha nesses estabelecimentos em busca de descontos para os que vierem à cidade durante os dois eventos.

A campanha se estenderá até julho, quando ocorrerá a Jornada Mundial da Juventude, que trará ao Brasil mais de 2 milhões de jovens católicos para o encontro com o papa Francisco. Ela está sendo divulgada na página da Abih na internet e nos próprios hotéis. A Copa das Confederações, que começou no último sábado (15), vai até o próximo dia 30.

“A diária é um produto muito perecível, isto é, a diária de hoje você não vai vender amanhã. Por isso, vimos que havia necessidade de fazer uma promoção no mercado”, disse hoje (21) à Agência Brasil o presidente da Abih-RJ, Alfredo Lopes. O objetivo é recuperar os turistas de negócios e o público de lazer das férias de julho, que foram afastados pelos grandes eventos.

Lopes explicou que cada hotel dá o desconto que considera razoável para a ocupação de suas vagas. “Tem hotéis dando até 50% de desconto”, informou. Na grande maioria dos estabelecimentos, a redução da tarifa tem ficado em torno de 30%.

Ao comentar o boato sobre a possibilidade de a Federação Internacional de Futebol (Fifa) levar a Copa de 2014 para os Estados Unidos, por causa dos tumultos ocorridos nas recentes manifestações de protesto no país, Lopes disse que, se isso acontecer, será "um prejuízo gigantesco" para a imagem do país. "Acho que um país que não tem condições de dar segurança e confiança para que a Fifa organize o maior evento esportivo do planeta, vai ficar muito ruim para a nossa imagem. Fora o prejuízo financeiro de todos os segmentos.”

Lopes falou também sobre críticas da Embratur, que classificou de abusivos os preços dos hotéis para a Copa do Mundo. Essa crítica “tem sido constante” e tem motivações políticas, disse Lopes, referindo-se ao fato de o atual presidente da Embratur, Flávio Dino, ser apontado como candidato ao governo do Maranhão.

“Na verdade, as diárias que ele [Dino] está divulgando como abusivas são diárias da própria empresa organizadora da Copa do Mundo, que comprou 80% de toda a oferta [hoteleira] do Rio de Janeiro. Ela sobretaxou e colocou à venda. Com certeza, as diárias que foram compradas por essa empresa não correspondem aos preços ofertados”, afirmou o presidente da Abih-RJ. Ele explicou que uma taxa de agenciamento foi colocada sobre a tarifa original cobrada pelos hotéis e ressaltou que alguns pacotes incluem o tíquete do estádio.

Em nota, a assessoria de imprensa da Embratur esclareceu que o monitoramento da competitividade do turismo brasileiro faz parte de suas atribuições legais desde a edição do Decreto 6.916, de 2009, "não se tratando, portanto, de fruto do desejo individual de qualquer um de seus dirigentes".

Os números apontados pela pesquisa, com metodologia aberta e aferível, até agora, não foram rebatidos, acrescenta a assessoria da Embratur. "Nessa pesquisa, a média de tarifa hoteleira da cidade do Rio de Janeiro mostra-se a terceira mais alta do mundo", diz ainda a assessoria, informando que o resultado pode ser conferido em http://aquarela2020.files.wordpress.com/2013/01/pph-janeiro-2013.pdf.

Edição: Nádia Franco//A matéria foi ampliada às 19h17 de segunda-feira (24) para incluir resposta da Embratur a críticas do presidente da Abih a pesquisa da Embratur sobre tarifas da rede hoteleira do Rio de Janeiro 

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