CNBB pede adiamento de reunião até que impasse entre governo e mundurukus seja resolvido

11/06/2013 - 13h40

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
 

 

Brasília – A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pediu o adiamento da reunião marcada para hoje (11) com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. O encontro serviria para discutir a continuidade das demarcações de terras indígenas em todo o país e possíveis soluções para o conflito envolvendo índios contrários à construção de empreendimentos hidrelétricos na Amazônia, entre eles os mundurukus.

A previsão é que um novo encontro seja marcado, em data ainda a definir. Segundo o secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Cleber Buzatto, que participaria da reunião, não há clima para a conversa enquanto os índios mundurukus ocupam a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai). O Cimi é um órgão vinculado à CNBB.

“É insustentável o Cimi se reunir com o governo federal em um momento em que seus representantes viram as costas para os povos indígenas”, disse Buzzato à Agência Brasil, se referindo à interrupção de processos demarcatórios de terras indígenas no Paraná e no Rio Grande do Sul. Ele também critica a “intransigência” do governo que, segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, não vai interromper as obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, como querem as comunidades indígenas da Amazônia.

De acordo com a assessoria da Casa Civil, o encontro vinha sendo acertado desde a terça-feira (4) passada, quando a ministra se reuniu com o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, que defendeu o papel da Fundação Nacional do Índio (Funai). “Esperamos que a Funai não se esvazie em sua função e que as demarcações continuem”, declarou Steiner. A reunião foi confirmada ontem (10) à noite.

Segundo a assessoria da Casa Civil, o representante da CNBB não entrou em detalhes sobre os motivos para pedir o cancelamento do encontro.

 

Edição: Lílian Beraldo

 

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