Dilma agradece apoio egípcio à candidatura brasileira na OMC

08/05/2013 - 14h41

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff agradeceu ao presidente do Egito, Mouhamed Mursi, o apoio ao candidato brasileiro Roberto Azevêdo à direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) e defendeu a cooperação Sul-Sul como estratégica para que se estabeleça a multipolaridade no mundo.

Dilma recebeu Mursi no Palácio do Planalto, onde foram assinados acordos de cooperação técnica e memorandos de desenvolvimento social e agrário, além de parcerias relativas a ações no meio ambiente e intercâmbio de experiência entre as bibliotecas nacionais do Brasil e de Alexandria, reconhecida pela trabalho de digitalização de acervos importantes.

“Quero reiterar o meu agradecimento pelo apoio do Egito, que muito valorizamos, ao candidato brasileiro Roberto Azevêdo, ao cargo de diretor-geral da OMC. O presidente Mursi e eu concordamos que uma cooperação Sul-Sul, entre nossos países, é estratégica para que se estabeleça a multipolaridade no mundo”, disse a presidenta em declaração à imprensa no fim do encontro no Palácio do Planalto.

A OMC confirmou hoje (8) que o novo diretor-geral da entidade será o embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo, de 55 anos. Ele venceu o mexicano Herminio Blanco, de 62 anos na eleição de ontem (7). Azevêdo assume o cargo em 31 de agosto, em substituição ao francês Pascal Lamy, e cumpre mandato de quatro anos. Ele é o primeiro brasileiro e latino-americano a comandar a organização.

A presidenta Dilma Rousseff elogiou ainda o governo do presidente egípcio. Dilma comparou o processo de redemocratização vivido atualmente pelo país africano ao passado pelo Brasil na década de 1980 e disse ter convicção de que, assim como aconteceu aqui, lá também “os ventos da redemocratização” serão precursores de um projeto político renovado tanto do ponto de vista social quanto político, contribuindo para a afirmação da soberania do Egito.

“Eleito pela voz majoritária das urnas, o governo do presidente Mursi busca dar expressão às legítimas aspirações do povo egípcio por liberdade, justiça social e desenvolvimento. Todos nós acompanhamos com emoção e sentimento de solidariedade o desenrolar do processo transformador desencadeado pelas manifestações da Praça Tahrir”, disse a presidenta, se referindo à maior praça pública do Cairo, capital do Egito, tomada por milhares de pessoas no início de 2011 que cobravam a saída de Hosni Mubarak, que acabou renunciando à presidência.

“Nesse contexto auspicioso, o presidente Mursi e eu decidimos impulsionar a cooperação entre o Brasil e o Egito em todos os níveis, priorizando as áreas econômicas, social, cultural”, disse a presidenta. Segundo ela, o governo brasileiro fará uma apresentação ao presidente e à delegação egípcia sobre as políticas públicas brasileiras, principalmente na área do Bolsa Família, agricultura familiar e programa de aquisição de alimentos para a troca de informações e experiências. Os dois presidentes aasinaram hoje acordos nas áreas técnica, agrícola, social e cultural.

Durante encontro de mais de uma hora no Palácio do Planalto, os dois presidentes também conversaram sobre paz e segurança no Oriente Médio. “Coincidimos que a questão palestina é chave nesse particular. O Brasil reconhece a importância do Estado palestino para que se construa a paz naquela região”, disse Dilma.

Em relação à situação na Síria, há dois anos em guerra, com mais de 70 mil mortes e denúncias de violações de direitos humanos, Dilma disse que continua a trazer preocupação. “Defendemos um cessar-fogo imediato e efetivo e defendemos também um processo político liderado pelos sírios, com o apoio da sociedade internacional”.

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Edição: Beto Coura//Texto atualizado às 21h56 para acréscimo de informações

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