Brasil apoia o governo de Mursi no Egito, diz embaixador

28/04/2013 - 12h42

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O emissário do Brasil para o Oriente Médio mais a Turquia e o Irã, embaixador Cesário Melantonio Neto, elogiou à Agência Brasil o governo do presidente do Egito, Mouhamed Mursi, de 51 anos, eleito há cerca de 11 meses. Ex-embaixador no Egito e com experiência em vários países muçulmanos, Melantonio Neto destacou os esforços de Mursi em favor da promoção de eleições, da nova Constituição do país e da busca pela implementação de democracia.

“O Brasil tem todo interesse em apoiar o governo do presidente Mursi e o Egito novo, estável e socialmente estável. Nosso apoio é no sentido de colaborar com as autoridades egípcias”, disse Melantonio Neto. Ao ser perguntado sobre os protestos contra Mursi, ele respondeu que “em uma democracia existem os favoráveis e os contrários ao governo. "É o que ocorre hoje no Egito”, ressaltou.

Melantonio Neto contou ter se reunido com Mursi várias vezes e tem uma “impressão positiva” dele. O embaixador lembrou que até o final do ano ocorrem eleições legislativas no Egito. Nas últimas disputas, a Irmandade Muçulmana conquistou cerca de 47% dos votos, os Salafistas ficaram com 25% e o restante dos votos se dividiu entre os partidos menores.

Mursi foi eleito em junho de 2012, pelo Partido da Liberdade e da Justiça, legenda que surgiu a partir da Irmandade Muçulmana, depois dos movimentos para destituição do presidente Hosni Mubarak, em 2011. Mursi enfrenta a oposição liderada por três nomes: Mohamed El Baradei, ex-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Amr Moussa, ex-secretário-geral da Liga Árabe, e Hamdeen Sabahi, que ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais.

Ao assumir o governo, Mursi exonerou militares de patentes mais elevadas, inclusive Mohamed Hussein Tantawi, que comandou o Conselho Supremo das Forças Armadas, que governou o Egito entre o fim do governo Mubarak até a posse do substituto. As ações de Mursi foram avaliadas como atos de consolidação do governo.

Mursi é formado em engenharia e tem doutorado na mesma área, nos Estados Unidos, pela  University of Southern California. Ele foi professor nos Estados Unidos e, depois seguiu para o Egito onde lecionou na Universidade de Zagazig.

Edição: Talita Cavalcante