Inadimplência cresceu 10,58% em março

09/04/2013 - 17h54

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – As dívidas com as compras de Natal associadas aos pagamentos de impostos de início de ano contribuíram para que a inadimplência encerrasse o primeiro trimestre em alta. Segundo números divulgados hoje (9) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a taxa de inadimplência do consumidor cresceu 10,58% em março, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

O número representa aceleração em relação a fevereiro, quando o aumento havia atingido 6,65%. De janeiro a março, a inadimplência cresceu 9,68% em relação aos primeiros três meses de 2012.

Apesar do aumento, o presidente da confederação, Roque Pellizzaro Junior, não acredita que a inadimplência esteja fora de controle. Segundo ele, além de março ser um mês tradicional de crescimento nas dívidas em atraso, o desempenho das vendas, que continuam aquecidas, contribuiu para o aumento.

“Historicamente, a inadimplência tem picos em março, por causa das dívidas do Natal e de compromissos obrigatórios no início do ano, como IPTU e IPVA. Mas parte desse aumento também está associada à expansão do consumo e das vendas. Se as vendas aumentam, parte dela necessariamente se refletirá em aumento da inadimplência”, declarou.

Segundo Pelizzaro, um dos fatores que mostram que a inadimplência não está fugindo do controle é o índice de recuperação de crédito (pessoas que pagam as dívidas em atraso), que cresceu 7,96% em março ante o mesmo mês do ano anterior. No primeiro trimestre, a alta acumulada soma 7,47% em relação aos três primeiros meses de 2012.

Para o dirigente da confederação, a estabilidade no mercado de trabalho (com o desemprego em queda) e o aumento da renda média trazem um ambiente de confiança para que os brasileiros consigam quitar as dívidas e a inadimplência não fuja do controle. “A inadimplência está crescendo, mas associada à recuperação de crédito, está em níveis aceitáveis. Não vejo risco de que a inadimplência dispare”, disse.

 

Edição: Beto Coura

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