Ministro do STJ cobra melhor atendimento às pessoas autistas do Distrito Federal

02/04/2013 - 16h43

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
 

Brasília - O ministro Mauro Campbel, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), manifestou hoje (2) a disposição de "lutar para que o Distrito Federal ofereça melhor atendimento às pessoas autistas, na área social, na educação e no atendimento psicológico". Campbell proferiu palestra no tribunal, pela passagem do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, data instituída em 2008 pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O ministro conta que, em seu estado natal, o Amazonas, foi criada uma secretaria especialmente para cuidar das pessoas portadoras de necessidades especiais em geral. Ele quer conversar com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, sobre o assunto e sugerir que o Executivo local apresente projeto de lei à Câmara Legislativa visando melhorar a assistência aos autistas, uma vez que a proposta que trazia avanços nessa área "foi rejeitada" há algum tempo pelos deputados distritais.

Mauro Campbel é tio de uma criança autista de 7 anos e disse que, ante as dificuldades de acompanhamento, "o sofrimento da maioria deles e de seus pais é muito grande". Ele relatou o caso de um empresário que gasta em média R$ 8 mil com terapeutas para cuidar de um filho autista e demonstrou preocupação com as famílias de baixa renda que não sabem como ajudar filhos portadores da condição.

Um grupo de autistas do DF fez visita hoje às instalações do STJ e ocupou o auditório do tribunal durante a palestra, que contou com a presença de entidades que defendem os interesses dos autistas. A professora Marisa Cordeiro, que tem um filho autista de 33 anos, reclamou que a Lei 12.764, aprovada pela presidenta Dilma Rousseff em dezembro do ano passado, instituindo a Política Nacional dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, "não delega responsabilidades" para o cumprimento dos objetivos previstos.

Faltou, segundo a professora, "definir competências, saber quem vai dar assistência à saúde ou atendimento psicossocial". Em muitos países desenvolvidos o autismo é considerado uma pandemia, afirmou. "É necessário que a sociedade conceda cidadania aos autistas, pois seus pais votam e pagam impostos, por isso seus filhos requerem atenção do Estado".


Edição: Denise Griesinger

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