Comissão da Verdade vai investigar falência de companhia aérea na ditadura militar

21/03/2013 - 21h37

Luciano Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Brasília – No próximo sábado (23), a Comissão Nacional da Verdade fará audiência pública, no Rio de Janeiro, para investigar a participação da ditadura militar no fechamento da companhia aérea Panair do Brasil. A empresa, de capital 100% nacional, perdeu a licença para voar em 10 de fevereiro de 1965 e acabou extinta pelo regime.

O objetivo da audiência é colher dados, depoimentos e documentos sobre a destituição de direitos da empresa, segundo a integrante da comissão, Rosa Cardoso. "A extinção da Panair, a demissão de seus funcionários, a perseguição sofrida pela companhia, impedida de voar, não constituem apenas uma grave violação dos direitos dos empresários sócios, mas de todo o corpo de funcionários e da própria sociedade, que perdeu os serviços de uma empresa exemplar".

Além dos membros da comissão, estarão presentes na plateia ex-funcionários da Panair, que se reúnem periodicamente, e os herdeiros dos donos da companhia aérea, Rodolfo da Rocha Miranda, filho de Celso da Rocha Miranda e atual presidente da Panair do Brasil, e Marylou Simonsen, filha de Mario Wallace Simonsen.

Também participam do evento Wadih Damous, presidente da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro; Paulo Ramos, deputado estadual; o historiador e cientista político José Murilo de Carvalho; a historiadora da comissão Heloisa Murgel Starling, que gerencia a pesquisa do grupo de trabalho sobre o Golpe de 1964; e o jornalista Daniel Leb Sasaki, autor do livro Pouso Forçado, sobre a história da Panair.

No dia 24, a comissão participa de atos promovidos pela sociedade civil em São Paulo e no Rio de Janeiro, em comemoração ao Dia Internacional para o Direito à Verdade sobre Graves Violações de Direitos Humanos e para a Dignidade das Vítimas.

Edição: Carolina Pimentel
 

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