Relator das Nações Unidas acusa Coreia do Norte de crimes contra a humanidade

11/03/2013 - 17h13

Da Agência Lusa

Brasília - Um relator do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas acusou hoje (11) a Coreia do Norte de crimes contra a humanidade, enumerando uma série de violações cometidas pelo regime do país asiático.

Perante o Conselho de Direitos Humanos, reunido em Genebra, na Suíça, até dia 22, Marzuki Darusman, antigo chefe da diplomacia da Indonésia e autor do relatório sobre a situação na Coreia do Norte, disse ter detectado nove tipos de violações de direitos humanos muito preocupantes.

Entre essas violações, disse, estão torturas e desaparecimentos forçados, detenções arbitrárias e campos de prisioneiros, ausência de liberdade de expressão e privação de alimentos à população.

“Creio que muitos, se não todos, desses nove tipos de violações identificados no meu relatório podem ser considerados crimes contra a humanidade”, concluiu.

O relator fez um apelo à criação de uma comissão de inquérito internacional sobre os direitos humanos na Coreia do Norte, que se tem recusado sistematicamente a cooperar com este e outros investigadores das Nações Unidas.

No mês passado, a Alta Comissária para os Direitos Humanos, Navi Pillay, denunciou a situação “lamentável” na Coreia do Norte e disse que uma comissão de inquérito é “esperada há muito”.

Segundo a agência AFP, União Europeia e Japão deverão formalizar a proposta de criação daquela comissão junto do Conselho de Direitos Humanos.

A Coreia do Norte já rejeitou as críticas, através do seu representante no Conselho de Direitos Humanos, Kim Ju Song, que qualificou o relator Marzuki Darusman como um membro das “forças hostis”.

“Sejamos claros, as violações de direitos identificadas no relatório não existem”, disse, acrescentando que o regime norte-coreano “vai continuar a proteger os direitos humanos e as liberdades fundamentais do seu povo”.

Também o delegado chinês no conselho disse que a criação de uma comissão de inquérito não fará mais do que “agravar as tensões” na península coreana.

Irã, Cuba e Venezuela são outros países que criticam a criação da comissão, acusando os países ocidentais de dois pesos e duas medidas e apelando antes ao diálogo.