Polícia encaminha ao MP do Rio inquérito que investiga padre por dois estupros

04/03/2013 - 20h07

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O inquérito policial que investiga o padre Emilson Soares Corrêa, suspeito de estupro de duas menores de idade, foi encaminhado hoje (4) ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. O pai das jovens foi indiciado por tentativa de extorsão contra o pároco da Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, em Niterói. As investigações foram feitas pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher.

As supostas vítimas do crime são duas irmãs, de 10 anos e de 19 anos de idade, que tinham 7 anos e 13 anos, respectivamente, quando os abusos teriam ocorrido. Como parte da investigação, a polícia apreendeu a gravação de vídeo feito pelo pai das adolescentes, em que o padre aparece mantendo relações sexuais com uma adolescente de 15 anos de idade, amiga da jovem de 19 anos.

A delegada Marta Ferreira Dominguez, responsável pela Delegacia da Mulher de Niterói, disse que “foram colhidas as oitivas do vigário-geral e do arcebispo da Arquidiocese de Niterói, que corroboraram os alegados anteriores de que havia realmente uma forte pressão por parte do sr. Ubiratan [pai das menores] para que fosse realizado um acordo ao fato que estava sendo apresentado à Igreja. Caso não houvesse uma solução, a situação seria exposta à mídia, à imprensa e levada até a polícia”, disse Marta.

De acordo com a delegada, os religiosos afirmaram que o padre Emilson “sempre se portou de uma forma honrosa, e que nunca tiveram reclamação ou conhecimento de qualquer comportamento inadequado ou nocivo por parte do pároco, mesmo após os noticiados pela imprensa. Eles afirmam que a prestação de contas sempre foi correta”.

Sobre o dinheiro que o padre possa ter entregue ou gasto com as jovens, os religiosos disseram que todos os padres recebem cerca de três salários mínimos mensais, e esclareceram que os párocos “não arcam com os mesmos gastos que os demais homens da sociedade, porque eles não têm despesas com luz, água, alimentação ou moradia. O padre Emilson tem 27 anos de arquidiocese, então poderia ter suas economias e efetuar alguns gastos”.

A pai das jovens pode ser punido por extorsão com 4 a 10 anos de reclusão. A prática de estupro de vulneráveis, de menores de 14 anos de idade, pode ser punida com 8 a 15 anos de reclusão. Cabe agora ao Ministério Público decidir se oferecerá denúncia contra o religioso e o pai das adolescentes à Justiça.

 

Beto Coura

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