Produtores de arroz pedem cota para limitar importações do produto no Mercosul

19/02/2013 - 17h15

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Representantes da cadeia produtiva do arroz pediram hoje (19) ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a fixação de cotas para a compra do produto no Mercosul, especialmente na época da safra brasileira, para evitar rebaixamento no preço interno.

O secretário de Política Agrícola do ministério, Neri Geller, vai discutir o assunto nesta tarde com a equipe técnica da pasta. Ele disse em entrevista que o objetivo do governo é proteger o produtor, "mas temos que levar em conta a garantia de abastecimento para a indústria e para o consumidor final".

Ainda segundo Geller, é preciso buscar equilíbrio, "porque não adianta travar a entrada [de estoques de arroz] e deixar faltar no mercado interno". Ele disse que o arroz está com valor acima do preço mínimo assegurado aos produtores, por isso não está havendo necessidade de o governo entrar no mercado com parcelas do estoque regulador, o que é feito para regular o preço e garantir o abastecimento.  
  
O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Renato Rocha, defendeu a fixação de cotas para importação do arroz da Argentina e do Uruguai, alegando que essas compras provocam baixas no preço interno, principalmente em épocas de fechamento de contratos de compra.

O custo da produção brasileira é muito alto porque, segundo ele, os insumos para a cadeia produtiva "são 40% mais baratos" nos países vizinhos. Ele ressalta que "não é apenas o produtor que fica prejudicado quando as compras são excessivas, mas toda a cadeia produtiva". Rocha disse que os rizicultores são a favor do livre comércio, mas precisam de proteção contra a concorrência externa.  

O assunto foi discutido  hoje, durante reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz, no Ministério da Agricultura. O secretário Neri Geller estima que o consumo interno anual de arroz no país se situe em torno de 12 milhões de toneladas, sendo importadas desse total cerca de 800 mil toneladas.

Edição: Davi Oliveira

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