Em reconstrução, Haiti relembra hoje três anos do pior terremoto de sua história recente

12/01/2013 - 10h27

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – País mais pobre das Américas, o Haiti relembra hoje (12) três anos do pior terremoto da sua história recente. Em 12 de janeiro de 2010, um terremoto de 7,3 graus na escala Richter e duas réplicas de menor magnitude, atingiram o país, gerando comoção mundial e reações por parte de organizações estrangeiras, de entidades civis e da comunidade internacional. Em decorrência do terremoto cerca de 220 mil pessoas morreram e 1,5 milhão ficaram desabrigadas no Haiti.

Mas até hoje há cerca de 360 mil pessoas abrigadas em alojamentos improvisados e em busca de alternativas no exterior, como no Brasil e na República Dominicana. No terremoto morreram a médica Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, e 18 militares brasileiros.

O país foi destruído, prédios públicos, hospitais, escolas e casas vieram abaixo. O Brasil passou a ser um dos principais colaboradores do Haiti no processo de reconstrução e capacitação profissional. A reorganização do Haiti ainda está em andamento e conta com o apoio de uma ação coordenada pelos Estados Unidos e pela comunidade internacional.

Poucos dias depois do terremoto, um ciclone extratropical provocou enchentes no país. A reconstrução do país tem sido prejudicada por outros desastres naturais, como secas, enchentes e furacões, e pela dificuldade do governo para coordenar recursos públicos.

Especialistas que acompanham o assunto informam que a prioridade no Haiti é o fortalecimento institucional a partir da formação de pessoal específico para as áreas de energia, combustíveis fósseis e no setor social, como saúde e educação.

O Brasil é o maior fornecedor de tropas para a Missão de Paz das Nações Unidas (Minustah), que está no Haiti desde 2004. As tropas têm o objetivo de garantir a estabilidade e segurança do país. Os militares brasileiros trabalham também no desenvolvimento urbano com projetos de engenharia, como pavimentação de ruas e iluminação pública, e projetos sociais.

O governo brasileiro também investe em projetos de cooperação técnica, especialmente na área de saúde, com a construção de três hospitais, dois laboratórios regionais, um centro de reabilitação, além da formação profissional de 2 mil agentes de saúde, no valor de US$ 70 milhões. Na área da energia, será doado um total de US$ 40 milhões para a construção de uma usina hidroelétrica que fornecerá eletricidade para mais de 1 milhão de famílias.

A Embaixada do Brasil no Haiti informou à Agência Brasil que esses valores são os maiores da cooperação brasileira no mundo. Paralelamente, autoridades do Brasil e do Haiti negociaram a ampliação do número de vistos concedidos para haitianos que queriam trabalhar em território brasileiro, sem exigência de emprego prévio.

Em Porto Príncipe, a capital haitiana, há um Centro Cultural Brasil-Haiti com aulas de português, divulgação da cultura brasileira e apoio à cultura haitiana. Ao longo de 2013 deverão ser enviados para o Brasil 16 policiais haitianos que serão treinados no Brasil e repassarão o que aprenderem para o restante da corporação.

O embaixador do Brasil no Haiti, José Luiz Machado e Costa, disse à Agência Brasil que a solidariedade é fundamental para o processo de reconstrução do Haiti, que é um dos países mais pobres do mundo - e o mais pobre das Américas. “No caso do Brasil, a solidariedade é um dos pilares da nossa relação com o Haiti”, ressaltou.

Edição: Fernando Fraga

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