Diminuição do custo nos portos aumentará competitividade da economia, avalia economista da FGV

06/12/2012 - 17h48

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
 
Rio de Janeiro – O sucesso do programa de estímulo à competitividade do setor portuário, anunciado hoje (6) pela presidenta Dilma Rousseff, vai depender dos atrativos que as medidas apresentarem para a participação do setor privado. A avaliação é do economista Maurício Canedo, da Fundação Getulio Vargas (FGV). “Sendo construídos os incentivos corretamente, a redução do custo logístico certamente tem impacto muito grande sobre a competitividade da economia brasileira e sobre o crescimento”, disse.

Canedo assegurou que “tão ou mais importante que o dinheiro que vai ser colocado é a construção adequada de incentivos”. Isso envolve o estabelecimento de metas e de fiscalização. “Porque o investimento por si só não resolve se você não tiver metas e incentivos adequados para que aquele porto opere de maneira eficiente”.

Para o economista, ainda é difícil prever se os R$ 54,2 bilhões que serão investidos pelo governo e pela iniciativa privada irão resolver o problema dos portos no país, uma vez que “mesmo as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), eventualmente, têm dificuldade de sair do papel”. É preciso, acentuou, examinar-se os detalhes na parte pública e privada.

Maurício Canedo destacou que um porto é eficiente não só pela rapidez com que faz o transbordo e a transferência de carga , mas por tudo que está no seu entorno. Segundo ele, para quem está transacionando mercadoria, um porto é mais atrativo se tem custo baixo e menor tempo de operação. Para isso, deve constar do seu planejamento a integração com os demais modais de transporte.

O economista da FGV considerou como importante, entre as medidas anunciadas pela presidenta da República, a que trata da diminuição da burocracia nos portos e dos procedimentos alfandegários sucessivos. “Se colocar isso em prática, seria interessante”, disse Canedo, ressaltando que a eliminação dos trâmites burocráticos terá impacto significativo na competitividade dos produtos brasileiros.

 

Edição: Aécio Amado