Retomada de assentamentos israelenses em territórios palestinos preocupa, diz Itamaraty

04/12/2012 - 19h25

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Tovar da Silva Nunes, disse hoje (4) que o embaixador de Israel no Brasil, Rafael Eldad, foi chamado ao Itamaraty porque  o governo do Brasil está preocupado com a expansão dos assentamentos nos territórios palestinos. Tovar acrescentou que o ideal é a busca por um acordo de paz e a convivência entre os dois Estados – Israel e Palestina.

“O anúncio da retomada dos assentamentos não é construtivo para o processo de paz”, disse o porta-voz. “O Brasil tem também uma preocupação com a segurança, inclusive de Israel. Temos uma relação política boa com Israel, que é um parceiro comercial importante do Brasil e do Mercosul.”
 
No final da manhã de hoje, Eldad conversou com o subsecretário de África e Oriente Médio, embaixador Paulo Cordeiro de Andrade Pinto. Na conversa, de cerca de uma hora, Cordeiro reiterou que, para o Brasil, os assentamentos são ilegais e não colaboram com o processo de paz na região.

“Também foi dito ao embaixador de Israel sobre a nossa preocupação com a inoperância do Quarteto [Estados Unidos, União Europeia, Rússia e as Nações Unidas que se destina a mediar a paz no Oriente Médio] e a necessidade de o Conselho de Segurança ser mais ativo”, disse o porta-voz do Itamaraty.

Ontem (3) os embaixadores de Israel no Reino Unido, na Espanha, na Dinamarca, na França e na Suécia foram chamados também para ouvir críticas aos assentamentos pelos respectivos governos dos países onde estão sediados. Para parte da comunidade internacional, a insistência de Israel em expandir os assentamentos é considerada negativa.

Um dia depois de a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovar o status de Estado observador para a Palestina, o governo de Israel retomou as construções dos assentamentos. As residências são construídas em áreas ao redor da Faixa de Gaza e em Jerusalém Oriental agravando a tensão entre israelenses e palestinos. No total são 3 mil casas.

Edição: Fábio Massalli