Indicador social mostra que cidade do interior paulista tem maior desenvolvimento

04/12/2012 - 17h02

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O município de Trabiju, na região de Araraquara, interior de São Paulo, foi o que recebeu melhor pontuação entre todos os municípios do país, de acordo com novo Indicador Social de Desenvolvimento dos Municípios (ISDM), da Fundação Getulio Vargas. A cidade obteve ISDM de 6,2, com bom desempenho em todos os itens analisados: habitação, renda, trabalho, saúde e  segurança e educação.

O município com pior pontuação foi Uiramutã, em Roraima, com o ISDM de 0,55. Dos cinco itens analisados, a renda foi o que apresentou pior avaliação, ficando em – 0,17 devido ao alto número de pessoas com renda abaixo da linha de pobreza e de extrema pobreza.

O estudo foi feito com dados de 2010 do IBGE e dos ministérios da Saúde e da Educação. Em habitação foram avaliados coleta de lixo, energia elétrica, água canalizada, esgoto, casa própria e número de pessoas por cômodo da casa. Em renda, foram consideradas extrema pobreza e pobreza; em trabalho, taxa de ocupação, formalização e trabalho infantil. Em saúde e segurança foi analisada a taxa de mortalidade infantil, os nascidos vivos com baixo peso, a taxa de mortalidade infantil por causas evitáveis, a gravidez precoce e a taxa de homicídio. Em educação, a pesquisa avaliou o ensino fundamental e o ensino básico.

Segundo a pesquisa, os municípios que tiveram maior ISDM estão no Sul e no Sudeste, com 556 municípios, 55,2% estão em São Paulo, 20,5% em Minas Gerais e 11,9% no Rio Grande do Sul. Os de menor ISDM estão no Norte e Nordeste, com 26,1% no Maranhão, 17,6% no Piauí e 11,95 no Pará. Na Bahia estão 9,4% das cidades com menor ISDM; no Amazonas 9% e em Alagoas 6,7%.

O Distrito Federal obteve o melhor indicador (5,71), seguido por São Paulo (5,71), prejudicado no desempate por índices mais baixos em vários municípios.  Depois, aparecem Santa Catarina (5,60) e Rio de Janeiro (5,51). No sentido contrário estão o Maranhão (3,35), Piauí (3,74), Amazonas (3,77) e Alagoas (3,83).

Segundo o coordenador da pesquisa, André Portela de Souza, apesar de São Paulo não ter as melhores médias, está entre as cidades melhores do país. “Não vejo como muito ruim o fato de São Paulo não ser a melhor, devido à sua proporção. Em uma cidade tão grande como São Paulo pode ser mais difícil ter 100% de acesso a algum serviço. Seria surpreendente se o município estivesse muito aquém de outros”.

Portela ressaltou que a ideia é fazer estudo anual e aperfeiçoar o índice com mais dados, para transformá-lo em ferramenta para os tomadores de decisão. “Assim, tanto a população quanto autoridades poderão avaliar quão bem está o seu município, verificando em que situação poderia estar melhor e assim focar as políticas públicas naquele item. Também pode servir de aferição para as políticas ano a ano e para estabelecer metas ano a ano”, disse.

 

Edição Beto Coura