Patriota pede que comunidade internacional discuta a crise em Gaza

23/11/2012 - 5h45

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Ao embarcar ontem (22) de Paris, na França, para Salvador, na Bahia, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, elogiou a trégua entre o Hamas e Israel, encerrando oito dias de ataques mútuos. O chanceler disse que é fundamental que a comunidade internacional “pressione” para a retomada do debate sobre o tema e defendeu o direito de os palestinos terem um Estado independente.

“O importante é que, além da trégua, seja retomado o processo de paz porque é uma situação insustentável essa tensão permanente entre israelenses e palestinos. Há uma série de aspectos que devem ser revistos”, disse Patriota, que participa hoje (23) em Salvador do seminário Mercosul: Novas Perspectivas.

“O importante é um acordo que seja capaz de viabilizar dois Estados [da Palestina e de Israel], é para isso que estamos trabalhando. Manifestamos também apoio ao Estado palestino, [ao pleito] de conquistar o status de Estado observador nas Nações Unidas”, completou.

Para o chanceler, houve uma  “paralisia, de certa forma”, por parte do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em meio à crise que ocorreu na região da Faixa de Gaza. Ele destacou, porém, o empenho do governo do Egito em mediar a paz.  

“O governo [brasileiro] viu com grande preocupação ódios desse tipo que refletem também a ausência de progresso no processo de paz no Oriente Médio”, disse Patriota. “O governo viu com preocupação o uso desproporcional da força.”
  
O emissário do Brasil para o Oriente Médio mais a Turquia e o Irã, embaixador Cesário Melantonio Neto, acrescentou à Agência Brasil que o acordo de cessar-fogo é “provisório” e representa apenas a “primeira etapa” de um longo processo em busca da paz na região. Segundo ele, a próxima fase é política e de negociações intensas.

“Será fundamental discutir o fim do cerco que há à Faixa de Gaza, por exemplo”, disse Melantonio Neto, referindo-se à presença ostensiva das Forças Armadas de Israel na região, exceto em uma saída que é a que segue em direção ao Egito. “Esta é uma crise que só produz mortos e feridos de ambos os lados.”

Edição: Graça Adjuto