Carlinhos Cachoeira é denunciado novamente por exploração de jogos ilegais

21/11/2012 - 21h42

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi denunciado mais uma vez pelo Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) por exploração ilegal de jogos. É a segunda denúncia embasada na Operação Monte Carlo – a primeira, de março deste ano, tratava de corrupção de agentes públicos e tráfico de influência.

A denúncia apresentada agora envolve 17 das 80 pessoas acusadas na primeira lista. Além de Cachoeira, o MPF viu indícios de participação de assessores do empresário para a exploração ilegal de jogos de azar em Goiás e no Distrito Federal (DF), que trabalhavam de forma "cartelizada", com clara divisão de funções.

Segundo o MPF, os dois processos da Operação Monte Carlo precisaram ser desmembrados porque a perícia das 345 máquinas caça-níqueis levou mais tempo para terminar. A análise concluiu que os equipamentos contrabandeados vieram de países como a China, Malásia, Taiwan, as Filipinas, a Costa Rica e Coreia.

De acordo com o MPF, até a deflagração da operação, em fevereiro deste ano, a atividade de exploração de jogos se concentrava no Entorno do DF e em Goiás, e Cachoeira recebia entre 20% e 30% dos lucros. Depois disso, o grupo concentrou a exploração de atividades na capital federal, e o esquema continuou funcionando mesmo com a prisão de alguns envolvidos.

O caso será apurado na 11ª Vara da Justiça Federal em Goiás, onde já tramita o primeiro processo envolvendo Cachoeira. A pena máxima para o crime de exploração ilegal de jogos é até quatro anos de prisão, mas segundo o MPF, a punição pode aumentar porque alguns réus cometeram o crime mais de uma vez.

A denúncia foi apresentada um dia depois de Carlinhos Cachoeira ganhar liberdade, depois de ficar mais de 250 dias no Presídio da Papuda, no DF. O empresário foi preso em fevereiro deste ano em função das investigações da Operação Monte Carlo, mas desde outubro, a prisão do empresário passou a ter base nas denúncias da Operação Saint-Michel, que apurou fraudes em licitação no sistema de transporte público do Distrito Federal.

 

Edição: Aécio Amado