Mantega diz que esta será “provavelmente” a última prorrogação do IPI reduzido

24/10/2012 - 17h56

Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (24) que a prorrogação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido para automóveis até o final deste ano visa a manter as vendas e investimentos no setor. Além disso, a medida também garante inflação baixa e mais empregos. Ele destacou que esta “provavelmente” será a última prorrogação da redução do tributo.

“Renovamos a redução de IPI sobre automóveis por mais dois meses para que a indústria continue vendendo bem, continue anunciando e fazendo investimentos. Tivemos boa reação da última desoneração que vigorou nos últimos dois meses e nós queremos que isto se mantenha até o final do ano”, disse.

O anúncio da prorrogação foi feito mais cedo pela presidenta Dilma Rousseff no Salão Internacional do Automóvel, em São Paulo. O benefício estava previsto para terminar no dia 31 de outubro. A primeira redução do IPI foi anunciada em maio deste ano. Em agosto, quando a aplicação da taxa menor do imposto terminaria, o titular da pasta anunciou a extensão do benefício por mais dois meses.

Para Mantega, os preços menores dos veículos automotivos contribuem para diminuir a inflação. “Se suspendêssemos a desoneração, provavelmente as empresas iriam aumentar os preços, recolocar o IPI em novembro e dezembro. Queremos que os preços continuem baixos. Sempre que pudermos contribuir para baixar a inflação, nós estaremos contribuindo”, comentou.

A extensão do IPI menor significa renúncia fiscal de cerca de R$ 800 milhões nos próximos dois meses. Para Mantega, a quantia que deixará de ser arrecada não preocupa. “Não preocupa a arrecadação porque se deixa de arrecadar o IPI, mas, em compensação, se aumenta [a arrecadação do] PIS, Cofins e o ICMS para os estados, o que é importante, porque o [resultado] fiscal é feito pelos estados também”, explicou.

Mantega disse também que a renovação do IPI menor contribui para o aumento do emprego. “Você garante que as empresas continuarão aumentando o emprego, o que é fundamental. O Brasil é um dos poucos países que mantêm expansão do emprego”, garantiu. Segundo ele, “a indústria de transformação, que era o setor mais afetado pela crise, já esta aumentando os empregos neste final de ano, está contratando”.

O ministro disse que não quer ver no Brasil o mesmo que ocorreu em outros países, como Alemanha e França, que anunciaram o fechamento de fábricas. Para Mantega é importante que o Brasil cresça indiferente à crise que afeta outras economias.

Edição: Davi Oliveira