Migração de retorno do Nordeste para o Sudeste perde força, indica IBGE

17/10/2012 - 11h14

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O Censo 2010 revelou que começa a perder força a migração de retorno do Sudeste para o Nordeste. Pesquisa divulgada hoje (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), baseada no Censo 2010, mostra que 9,5 milhões de nordestinos migrantes são maioria (53%) entre os 17,8 milhões de pessoas que residem em região diferente da que nasceram, sendo 66%  no Sudeste.

De acordo com a pesquisa Nupcialidade, Fecundidade e Migração, o Sudeste também é o principal destino de 66% dos 600 mil estrangeiros que moravam no Brasil no ano do levantamento, seguido da Região Sul. Entre os migrantes nordestinos, as regiões Norte e Centro-Oeste também foram escolhidas, com a busca por melhores oportunidades econômicas.

Somente nos cinco anos anteriores ao censo, 828 mil de pessoas partiram do Nordeste com direção ao Sudeste, enquanto que 386 mil fizeram o caminho inverso. Um terço tinha entre 60 e 69 anos.

O Distrito Federal, Rondônia, Roraima e Mato Grosso são as unidades da Federação com os menores percentuais de residentes naturais. De acordo com o técnico do IBGE Marden Campos, com exceção do Distrito Federal, cujas principais atividades econômicas são os serviços e o funcionalismo público, nas demais a agroindústria é a responsável por atrair mão de obra.

A pesquisa também informa que de todos os migrantes oriundos de estados do Nordeste, a maioria, com exceção dos naturais do Maranhão, tinham São Paulo, no Sudeste, como destino. Ao lado do Rio de Janeiro, o estado tem um dos contingentes mais altos de não naturais. Minas Gerais e a Bahia tinham a maior população vivendo fora de seus limites - 7 milhões.

“Entre as décadas de 1950 e 1970 havia uma migração massiva do Nordeste para o Sudeste. No fim do século, na década de 1990, o IBGE observou forte migração de retorno [volta para casa], do Sudeste para o Nordeste. Hoje, essa migração de retorno vem perdendo força. Ainda há, mas não é tão grande como já foi”, destaca Marden Campos.

Edição: Graça Adjuto