Na Palestina, Patriota busca ajudar nas negociações para acordo de paz

15/10/2012 - 7h11

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, está hoje (15) em Ramalah, na Palestina. Em pauta, a paz no Oriente Médio, a campanha brasileira em favor do desarmamento nuclear e da não proliferação de armas nucleares. O Brasil defende a criação de uma zona livre de armas de destruição em massa na região. É a primeira visita de um chanceler brasileiro desde o reconhecimento da Palestina como Estado, em dezembro de 2010.

Patriota tem reuniões com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, o primeiro-ministro Salam Fayyad, o ministro Riad Malki (Relações Exteriores) e o negociador-chefe da Organização para Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat.

O chanceler deverá conversar também sobre projetos de cooperação em áreas como saúde, urbanismo e agricultura. As relações econômicas entre o Brasil e a Palestina têm potencial de crescimento, segundo o Ministério das Relações Exteriores.

Em 2011, primeio ano de registro, o intercâmbio comercial foi US$ 15,8 milhões. No primeiro semestre de 2012, chegou a US$ 10,6 milhões. Um acordo de livre comércio Mercosul-Palestina, firmado em 2011, possibilitará o fortalecimento dessas relações, segundo os negociadores brasileiros e palestinos.

O governo do Brasil é favorável à criação de um Estado da Palestina autônomo e independente. Para as autoridades brasileiras, as negociações entre as partes devem ser conduzidas sem ameaças à segurança na região. Em seus discursos, a presidenta Dilma Rousseff ratifica que o reconhecimento da Palestina é a única solução de paz entre os dois povos.

Ontem (14), Patriota encerrou a visita a Israel. Na conversa com o presidente israelense, Shimon Peres, ele colocou o Brasil à disposição para mediar a paz no Oriente Médio. Lembrou que o Brasil é país sem inimigos tendo, portanto, condições de colaborar com as negociações para o fim do conflito.

Durante a reunião, Peres disse que o Brasil deve boicotar o governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. “Esperamos que o Brasil boicote futuros encontros com Ahmadinejad”, acrescentou, em comunicado oficial.

As relações econômicas entre o Brasil e Israel tem sido ampliadas a partir do acordo de livre comércio (do Mercosul com Israel) em vigor desde 2010. De 2002 a 2011, o intercâmbio comercial aumentou 215%, passando de US$ 445 milhões para US$ 1,4 bilhão.

Edição: Graça Adjuto