Festas de fim de ano e verão aquecem as contratações temporárias no Rio de Janeiro

09/10/2012 - 19h02

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Uma pesquisa feita pelo Centro de Estudos do Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio) identificou que deverão ser contratados pelo comércio lojista do município cerca de 25 mil empregados temporários para trabalhar no período de festas de fim de ano e no verão. Foram ouvidas 500 empresas dos setores de confecções e moda infantil, calçados, joias e bijuterias, óticas, eletroeletrônicos, papelarias, móveis e brinquedos.

A previsão sinaliza otimismo do setor diante das vendas positivas registradas no últimos oito meses, bem como a expectativa favorável do consumidor, disse o presidente do CDL-Rio, Aldo Gonçalves.

O economista Christian Travassos, da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), declarou à Agência Brasil que, “olhando o cenário pelo retrovisor”, isto é, para os últimos dez anos da série histórica, não será surpresa se as contratações temporárias no estado ficarem em torno do percentual médio de 33,3%, manifestado anualmente por 2,3 mil estabelecimentos consultados pela entidade.

Embora a Fecomércio-RJ ainda não tenha números fechados sobre o assunto, Travassos estimou que “a gente pode dizer com alguma segurança que um terço das empresas pode contratar neste final de ano”. O percentual mínimo de intenções de contratar pessoal temporário foi 30,5%, em 2010, e o máximo atingiu 36,8%, em 2002. Ele ressaltou que o comércio “só não contrata mais porque já contratou muito ao longo dos últimos anos”.

O levantamento do CDL-Rio constatou que das 500 empresas consultadas, 72% pretendem contratar para o período de festas e verão, 18% não planejam admitir pessoal e 10% estão indecisos. Ainda de acordo com a pesquisa, 40% das vagas representam o primeiro emprego para muitos trabalhadores, 70% são contratos para vendedores, 60% são do sexo feminino. Além disso, a faixa etária predominante entre os contratados temporários é entre 18 anos e 25 anos.

Christian Travassos lembrou, por sua vez, que o Ministério do Trabalho apresenta uma série robusta de contratações formais e que o mercado de trabalho tem crescido ano após ano em várias regiões metropolitanas do Brasil. “O cenário vem crescendo, puxado pelo emprego formal, com carteira assinada, com todos os direitos”. Daí, avaliou que fica cada vez mais difícil permanecer crescendo nesse mesmo ritmo. O economista destacou que no Rio de Janeiro, a taxa de desemprego (5,1%) está abaixo das demais regiões metropolitanas do país. O emprego avançou também 5%, tanto na região metropolitana do Rio de Janeiro, como no estado.

Ele indicou que na comparação com outros países, apesar do crescimento pequeno da economia, “a gente está sustentando a economia via emprego e consumo das famílias”. Em pesquisa feita para o Dia das Crianças, que se comemora no próximo dia 12, a intenção de contratar temporários manifestada pelos estabelecimentos ouvidos pela Fecomércio-RJ no estado era 13%, contra 17% no ano passado. “Caiu porque temos tido crescimentos consecutivos do emprego formal”. Por isso, Travassos considerou natural que em um cenário em que o empresário contratou mais funcionários fixos, ele tenha menos impulso para contratar trabalhadores temporários.

A pesquisa do CDL-Rio aponta também que 67% dos empresários entrevistados tencionam efetivar cerca de 15% dos temporários contratados.

 

Edição: Aécio Amado