Indústria recupera atividade e colabora para expansão da demanda de energia em setembro

08/10/2012 - 17h26

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – As ações de estímulo ao crescimento da economia levaram a uma demanda 3,5% maior de energia em setembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado e 1,1% superior que agosto deste ano.

“O comportamento da indústria, que demonstra uma melhora do seu desempenho, em decorrência dos estímulos do governo, como desoneração fiscal, crescimento do crédito e queda de juros” contribuiu para o resultado, ressaltou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), ao divulgar hoje (8) o Boletim de Carga Mensal de setembro.

A taxa anualizada, pela qual se computa o resultado acumulado dos últimos 12 meses, mostra que os valores de carga de energia expandiram 3,6%.

De acordo com o ONS, os principais fatores que influenciaram o desempenho da carga foram as elevadas temperaturas registradas durante o mês analisado, “decorrente do comportamento meteorológico que vem sendo observado desde o mês de agosto, ocasionado pela configuração do fenômeno El Niño”.

Como exemplo da recuperação da indústria, o ONS ressaltou o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) da indústria, indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV), que atingiu 84,1% em setembro, ante os 84% registrados em agosto. Esse resultado supera, inclusive, a média dos últimos cinco anos (83,7%).

Para o Subsistema Sudeste/Centro-Oeste - que concentra mais de 60% da demanda do país - os valores de carga de energia verificados em setembro apresentaram uma variação positiva de 3,1% em relação aos valores do mesmo mês do ano anterior. Com relação ao mês de agosto, a variação positiva ficou em 1,4%, enquanto no resultado acumulado dos últimos 12 meses, o Sudeste/Centro-Oeste apresentou uma variação positiva de 2,8% em relação ao mesmo período anterior.

Na região, a taxa de crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior pode ser explicada principalmente pela ocorrência de elevadas temperaturas, ocasionando um aumento da carga de refrigeração, o que afeta diretamente o consumo das classes residencial e comercial. Além disso, podem-se perceber sinais de reaquecimento das atividades econômicas na região, sustentado pelo consumo das famílias.

Já no Subsistema Sul, os valores de carga de energia verificados em setembro acarretaram uma variação positiva de 3,8% em relação aos valores do mesmo mês do ano anterior. Com relação a agosto, verifica-se uma variação negativa de 2,5%. No acumulado dos últimos 12 meses, o Sul apresentou um crescimento de 4,3% em relação ao mesmo período anterior.

Nesse caso, a variação negativa da carga observada em setembro, em relação ao mês de agosto, pode ser explicada principalmente pela ocorrência de temperaturas inferiores as verificadas naquele mês. “Com relação ao mesmo mês do ano anterior, a carga continua apresentando um bom desempenho, reflexo do bom comportamento econômico da região”, ressalta o ONS.

O maior crescimento da demanda na comparação setembro 2012/setembro 2011, no entanto, foi verificado no Subsistema Nordeste: 6,3%. Com relação ao mês de agosto, a variação positiva foi 3,8%, enquanto no acumulado dos últimos 12 meses o Nordeste apresentou um crescimento também expressivo de 6,3% em relação ao mesmo período anterior.

Na região, a variação de carga em relação ao mesmo mês do ano anterior é explicada principalmente pela continuidade do bom desempenho observado nas atividades econômicas, suportada principalmente pela carga de energia das classes comercial e residencial. “Este crescimento reflete o incremento da renda familiar e o avanço do emprego. Além disso, também contribuiu para esse resultado a redução da carga verificada neste mesmo mês do ano anterior, decorrente do declínio das temperaturas nas principais capitais da região”, diz o boletim.
 
No Subsistema Norte, os valores de carga de energia de em setembro tiveram variação positiva de 0,2% em relação a setembro de 2011. Com relação ao mês de agosto, a variação foi 2,1% e, no acumulado dos últimos 12 meses o Norte, ficou em 2,7% de expansão.

Edição: Lana Cristina