TRE-RJ contabiliza 758 pessoas presas por boca de urna no estado

07/10/2012 - 21h19

 

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Apesar de as eleições terem transcorrido dentro "da maior normalidade", de acordo com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), Luiz Zveiter, 758 pessoas foram presas pela prática de boca de urna em todo o estado do Rio de Janeiro.

Deste total, 257 pessoas foram presas na capital do estado, 226 em municípios da Baixada Fluminense e 190 no interior. Foram presas ainda 85 pessoas pelas polícias Federal e Rodoviária Federal em locais diversos do estado.

Foram ainda detidos onze participantes da eleição, entre eles os candidatos a vereador Pedrinho da Locadora (PMDB) de Quatis; Hélio Anomal (PT) de Campos; Bil (PDT) de Itaboraí; e mais João Ricardo (PSDC), Eduardo Mora (PSC) e Paulo Cerri (PSC), na capital; além do candidato a vice-prefeito de Magé, Sábia (PSDC).

Outros dois candidatos a vereador pelo município de Nova Friburgo também foram presos, mas não tiveram os nomes divulgados.

Ao fazer o balanço final das eleições, o presidente do TRE-RJ ressaltou a cooperação do eleitor fluminense, que colaborou com o TRE denunciando irregularidades eleitorais, a exemplo da boca de urna.

"A cooperação irrestrita do eleitor levou a que fossem feitas 1.358 denúncias da prática de boca de urna, que acabaram resultando nas 758 prisões. As eleições transcorreram dentro do que nós prevíamos, sem incidentes que merecessem maiores destaques”, disse Zveiter.

O presidente do TRE-RJ informou ainda que foram substituídas 258 urnas com defeito, das quais 115 no município do Rio de Janeiro, inclusive a da 4ª Zona Eleitoral, “o que levou a que a votação na 22ª Seção se desse de forma manual".

Na avaliação de Zveiter, mais uma vez o processo eleitoral no Rio de Janeiro foi um diferencial em relação ao pleito nacional.

"Para vocês terem uma ideia deste diferencial, nas eleições passadas nós tivemos pouco mais de 100 denúncias sobre a prática de boca de urna para igual número de detenções, contra as 1.358 denúncias destas eleições e as 758 prisões. Houve uma resposta da população à solicitação do TRE para que denunciasse práticas irregulares", comparou.

Em todo o estado do Rio de Janeiro, cerca de 11,9 milhões de pessoas estavam aptas a votar, das quais 4,7 milhões na capital. Foram disponibilizadas, para os 92 municípios fluminenses, 37.652 urnas eletrônicas, distribuídas por 249 zonas eleitorais - 152 no interior e 97 na capital.

Armação dos Búzios, na Região dos Lagos, foi o único dos municípios do estado a contar com o sistema de votação biométrica – no qual o eleitor é identificado a partir da impressão digital. Com 21.953 pessoas aptas a votar, o município contou com 72 urnas eletrônicas.

Para garantir a segurança dos eleitores das comunidades sobre a influência de milícias e do tráfico, o TRE solicitou tropas federais para 28 comunidades na cidade do Rio de Janeiro, onde cerca seis mil homens foram empregados para garantir a votação de 460 mil eleitores e, segundo Zveiter, combater os "currais eleitorais e a compra de votos".          

Em todo o estado foram utilizados cerca de 50 mil homens, reforçados pelas políciais Federal, Rodoviária Federal, Civil e Militar, com destaque para os reforços de segurança nos municípios de Campos e Macaé, no norte fluminense; Rio das Ostras e Cabo Frio, na Região dos Lagos; Itaboraí e São Gonçalo, na Região Metropolitana; e Magé, na Baixada Fluminense - áreas consideradas criticas do ponto de vista da segurança pelo TRE.

Em todo o estado, 22 candidatos a prefeitos concorreram com registros indeferidos ou cassados pelo TRE, aguardando por uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral, entre eles de municípios importantes como Alair Côrrea (PP) em Cabo Frio; Arnaldo Vianna (PDT) e Rosinha Garotinha (PR) em Campos; e Márcio Panisset (PDT), em Itaboraí.  

Edição: Davi Oliveira