Inep: queda do analfabetismo entre jovens é significativa; mais velhos ainda são desafio

21/09/2012 - 13h43

Heloisa Cristaldo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Cláudio Costa, considerou hoje (21) "significativa" a redução da taxa de analfabetismo entre pessoas com 15 anos de idade ou mais, entre 2009 e 2011. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A média nacional de analfabetismo caiu de 9,7% para 8,6% no período. A maior proporção de analfabetos ainda é verificada na Região Nordeste, mesmo com queda na taxa de 18,8% para 16,9%. “A redução mostra que o Brasil está caminhando para alcançar a Meta de Dakar [estipulada pelo Fórum Mundial de Educação de Dakar, em 2000, e que deve ser alcançada até 2015]  de reduzir para 6,5% os índices de analfabetismo no país. Temos que comemorar a redução”, disse.

“As ações do MEC [Ministério da Educação] tem surtido efeito. Outro ponto que consideramos importante é o estancamento de novos analfabetos entre os jovens, que já estão na escola e sendo alfabetizados", completou o presidente do Inep.

Segundo Costa, a dificuldade em erradicar o analfabetismo entre a população com mais velha acontece, entre outros motivos, por barreiras culturais. “Atingir pessoas com a faixa etária alta é difícil, mas essa queda mostra que os trabalhos dão resultado. Nos últimos anos, as quedas não foram como esperávamos. É uma maratona, mas estamos falando de uma redução de mais de um ponto percentual. A escuridão das letras deixou de existir para essas pessoas”, analisou.

Luiz Cláudio Costa calcula que 1,2 milhão de pessoas foram alfabetizadas no período da pesquisa e destacou que os esforços do MEC devem ser concentrados na Região Nordeste. “Os programas dos estados e municípios vêm trabalhando de forma integrada com o governo federal, mas sabemos que para continuar com reduções significativas é necessário concentrar esforços e aumentar investimentos. É uma obrigação do governo e direito de aprender do cidadão.”

Outro dado analisado pelo presidente do Inep é o impacto do rendimento familiar na matrícula da pré-escola. Segundo a Pnad, enquanto 69,1% das crianças de 4 e 5 anos com renda familiar per capita de até um quarto do salário mínimo estavam na escola, a proporção sobe para 88,9% na faixa de renda superior a um salário mínimo. “Por esse motivo, a construção de creches é tida como prioritária pelo governo da presidenta Dilma Rousseff. Precisamos oferecer as creches para todas as classes sociais. As mães precisam ter seus filhos na escola para trabalhar.”

Costa destacou ainda o investimento previsto pelo governo federal de R$ 7,6 bilhões para abertura de 6 mil creches até 2014, como forma de diminuir o impacto negativo da renda familiar na educação infantil.

Edição: Carolina Pimentel