Anistia Internacional alerta que crianças são as principais vítimas na Síria

19/09/2012 - 9h10

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Anistia Internacional, organização não governamental (ONG), alertou hoje (19) que os civis, principalmente as crianças, são as principais vítimas da onda de violência que atinge a Síria há 18 meses. A exemplo da comissão independente de inquérito da Organização das Nações Unidas (ONU), a Anistia Internacional diz que a oposição também tem provocado ataques indicriminados, inclusive com bombardeios.  

Em relatório que reúne informações detalhadas e imagens, a ONG adverte que na primeira quinzena de setembro os ataques mataram 166 civis, incluindo 48 crianças e 20 mulheres, além de ferir inúmeras pessoas em 26 cidades. Para a organização, é fundamental que o Conselho de Segurança da ONU encaminhe consulta à Procuradoria do Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre as denúncias apresentadas no relatório.

"As forças do governo rotineiramente bombardeiam cidades e aldeias, utilizando-as como escudo em campos de batalha”, disse a consultora da Anistia Internacional Donatella Rovera. Segundo ela, a violência está espalhada na Síria, mas os piores relatos ocorrem em Damasco e Alepo, a segunda maior cidade do país, além de Idlib, Jabal Al Zawiya e Hama, no Norte.

“O que eles enfrentam é angustiante. Tais ataques indiscriminados constituem crimes de guerra", disse Rovera. De acordo com ela, os ataques ocorrem dentro das casas das pessoas.

Em 16 de setembro, oito civis, sendo cinco deles crianças, foram mortos em uma série de ataques aéreos em Kafr Awayed, em Jabal Al Zawiya.

Há relatos de ataques próximos a hospitais e locais em que as pessoas se aglomeram para a compra de pão e de comida, o que para a Anistia Internacional é uma violação grave do direito internacional humanitário e um crime de guerra. De acordo com Rovera, a disputa política no cenário internacional deve ser substituída por ações práticas para impedir a ocorrência de mais vítimas.

O relatório completo elaborado pela Anistia Internacional pode ser lido no site da ONG

Edição: Graça Adjuto