Coutinho defende PPPs para expansão da infraestrutura e garantir ciclo de desenvolvimento sustentado

13/09/2012 - 18h49

Camila Maciel
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O estabelecimento de parcerias público-privadas (PPPs) como caminho mais eficiente para expansão da infraestrutura no país foi defendida hoje (13) pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Ele destacou o Programa de Investimento em Logística, lançado pelo governo federal em agosto, como um das medidas que vai garantir um ciclo longo de desenvolvimento sustentado para o Brasil.

“[O programa] abre uma avenida de trabalho muito relevante para vencer uma das principais debilidades para a competitividade do conjunto da economia brasileira, que é a logística. Nós conseguimos estruturar bem o modelo que a gente queria, agora é trabalhar para estruturar um programa que funcione eficazmente e seja indutor de um modelo de investimentos crescentes”, disse ao participar, na capital paulista, do seminário Os Nós da Infraestrutura.

Coutinho informou que o BNDES prevê investimentos da ordem de R$ 30 bilhões para o segmento de infraestrutura para o próximo ano. “A carteira [de projetos] do banco está crescendo e vai crescer mais. Os investimentos em ferrovias vão aumentar de forma extraordinária”, declarou. De acordo com ele, as medidas para impulsionar os investimentos em portos e aeroportos devem seguir o modelo adotado para rodovias e ferrovias.

Os possíveis ganhos associados ao Programa de Investimento em Logística também são consenso entre os empresários que participavam do evento. Para o presidente do Conselho de Infraestrutura da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), José de Freitas Mascarenhas, o volume de investimento é relevante, se comparado ao que se tinha, mas a demanda existente pediria um aporte de recursos maior. “O programa é muito bem-vindo, porque abre as forças da sociedade para realizar muito mais do que tem existido até agora”, avaliou.

O diretor-presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, por sua vez, acredita que, além dos investimentos, é preciso atentar para os problemas institucionais, pois eles colocariam em risco a execução do programa. “Há uma sobreposição dos órgãos que interferem na atividade portuária”, declarou.

Luciano Coutinho comentou também sobre queda na cotação das ações das companhias de energia elétrica após anúncio do término das concessões de algumas empresas. Ele reforçou que a intenção do governo é respeitar os contratos existentes e examinar quais investimentos feitos pelas empresas ainda não foram amortizados e precisariam ser ressarcidos. “Esse tema está em discussão há dois, três anos. Talvez os analistas de mercado não tenham precificado totalmente esse fato. Se tivessem precificado, não se produziria o impacto tão forte. O governo optou por um processo razoável”, avaliou.

 

Edição: Aécio Amado