Proifes e MEC criticam contraproposta de sindicato

23/08/2012 - 19h41

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Sindicato de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) criticou hoje (23) a contraproposta feita pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) para encerrar a greve dos docentes das universidades federais.

Para o Proifes, a nova proposta é pior porque não valoriza a titulação do profissional e pode prejudicar a progressão na carreira. Além disso, custará mais do que a proposta que já foi firmada com o governo e consta no projeto de Lei de Orçamento Anual (LOA), que será encaminhado ao Congresso Nacional.

A contraproposta do Andes-SN já foi negada pelo governo, que reafirmou que as negociações estão encerradas. No último dia 13, Ministério do Planejamento, Ministério da Educação (MEC) e Proifes assinaram acordo fechando proposta que prevê reajustes de 25% a 45% para os professores das federais.

“Se fosse uma boa proposta, a gente apoiaria a reabertura das negociações. Mas ela é de péssima qualidade”, defendeu Gil Vicente Figueiredo, da diretoria do Proifes, entidade que representa uma parcela menor da categoria.

A presidente do Andes-SN, Marinalva de Oliveira, afirmou que na contraproposta, os docentes abrem mão de aumento e dão preferência à reestruturação da carreira. O documento pede que, a cada degrau de progressão, os professores tenham ajuste de 4% - anteriormente, o percentual desejado era 5%.

De acordo com o MEC, entretanto, a proposta da entidade prevê um investimento superior a R$ 10 bilhões, quando a proposta acordada com o Proifes indica o investimento de R$ 4,2 bilhões até 2015.

Figueiredo criticou o modelo sugerido pelo Andes de abolir as chamadas classes da carreira docente e substituí-las por níveis. Para o Proifes, a contraproposta do Andes desvaloriza a lógica da titulação, em que o professor irá receber salário mais alto quanto maior for o seu grau de formação, além de dificultar a progressão para quem está no início da carreira.

De acordo com os cálculos da entidade, os professores doutores no topo da carreira, com dedicação exclusiva, receberiam os menores aumentos. “A proposta dá muito para quem não tem titulação e não incentiva o professor a buscar uma formação melhor”, disse Figueiredo.

Edição: Fábio Massalli//Matéria alterada às 19h15 para correção de informação: o acordo fechado no dia 13 entre o Proifes e os ministérios do Planejamento e da Educação prevê reajustes de 25% a 45%, e não de 20% a 45%, para os professores das federais