Percepção sobre a economia da América Latina piora, aponta pesquisa

16/08/2012 - 17h59

Guilherme Jeronymo
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Pesquisa da Fundação Getulio Vargas e do Institute for Economic Research at the University of Munich (Alemanha) aponta piora na percepção sobre a economia da América Latina. Divulgada hoje (16), a pesquisa traz os resultados do Índice de Clima Econômico (ICE), que varia de 1 a 9 pontos. Com base em avaliações de economistas de vários países, o índice calculado para a região caiu para 4,8 pontos em julho, contra 5,2 pontos registrados em abril.

O ICE é composto por indicadores sobre a situação atual (Índice de Situação Atual -ISA) e a expectativa (Índice de Expectativa - IE) para a economia. Ambos registraram queda, ficando abaixo de 5 pontos, situação considerada desfavorável pelos pesquisadores. O ISA passou de 5,6 pontos, em abril, para 4,9 pontos, em julho. O IE caiu de 4,8 para 4,6 pontos no mesmo período.

Para Lia Valls, coordenadora de projetos do Centro de Economia Internacional do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV e responsável pela pesquisa, os dados da sondagem sinalizam para recessão. “Com os índices [sobre a situação atual e expectativa] piorando, não é que você vai ter uma recessão, mas a ideia é que está numa situação desfavorável sobre todos os aspectos”,explicou.

Os economistas apontam melhora no indicador do Paraguai, da Bolívia e do México. A maior alta coube aos paraguaios, de 3 para 5 pontos.Conseguiram avaliação positiva (acima de 5 pontos) do ICE: Bolívia, Brasil, Chile, Peru e Uruguai. Os países em condição negativa são Argentina, Colômbia, México e Venezuela (menor de 5 pontos). Equador e Paraguai ficaram na média, com nota 5. A queda do índice foi acentuada para a Colômbia, de 6,7 para 3,8.

“O Brasil está refletindo o que acontece com as outras economias. Na maioria delas, a avaliação da situação geral piorou e o índice de expectativas em poucos melhorou. No caso brasileiro, piorou, embora ainda esteja favorável”, disse a pesquisadora.

Edição: Beto Coura e Carolina Pimentel