Inovação tecnológica nos setores naval e de petróleo depende de crédito e incentivo, diz presidente da Finep

13/08/2012 - 20h48

Guilherme Jeronymo
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Autoridades destacaram hoje (13), no lançamento do Inova Petro, programa de incentivo à participação nacional na inovação tecnológica da cadeia naval, de petróleo e gás, que sem indução financeira e apoio à inovação, é difícil aumentar a participação da produção e da tecnologia nacional nesses setores.

Um dos maiores problemas, conforme destacou o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Glauco Arbix, é o risco, que toma ainda maiores proporções em uma área em que a inovação tecnológica exigida é de grande monta. “Crédito é fundamental para diminuir custo de capital, é chave. A experiência do mundo inteiro mostra que se você não combinar instrumentos que avançam em áreas mais intensivas de conhecimento, portanto, áreas onde o retorno é mais incerto e o risco é maior, torna-se mais difícil que as empresas entrem nesse terreno. O risco é enorme, o custo é enorme e o tempo de retorno é incerto”, destacou.

Dentro da Petrobras, que articulará a parte técnica do Inova Petro, oferecendo suporte desde a fase de seleção dos projetos até o desenvolvimento dos produtos, a aposta é na aproximação com iniciativas da petrolífera já em curso, como o Programa de Mobilização da Indústria de Petróleo e Gás Natural (Prominp).

Segundo o assessor da presidência da Petrobras, Paulo Alonso, ainda este ano haverá investimento, no âmbito do Prominp, em nove empresas de médio porte, que estão em fase de escolha, sendo três em Pernambuco, na região do Porto de Suape, três em Belo Horizonte e três em Salvador.

“Não é possível você ter um polo industrial como o de Suape e uma refinaria como a Renest, e que não se tenha um cluster [rede] de fornecedores em volta desses empreendimentos, que garantam o provimento de bens e serviços. Não se trata apenas da fase de construção, mas da fase de operação. Esses empreendimentos vão ficar funcionando por 50 anos ou mais. A gente precisa regionalizar esse investimento”, disse Alonso.

O Inova Petro vai estimular a produção nacional de máquinas e sistemas nas áreas naval, de petróleo e gás. Serão destinados inicialmente R$ 3 bilhões em recursos, pelo BNDES e a Finep. Os primeiros editais do programa serão lançados no dia 17 de setembro.

Edição: Lana Cristina