Centros de Referência de Direitos Humanos serão usados em atendimentos na região serrana do Rio

07/08/2012 - 18h01

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro- Serão definidas amanhã (8) estratégias de atendimento a vítimas e familiares da tragédia das chuvas de 2011, na região serrana fluminense. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República acionou os três centros de Referência em Direitos Humanos nas cidades de Nova Iguaçu, Petrópolis e Juiz de Fora para atuar na área.

O objetivo é levantar dados sobre os desaparecidos e ajudar na emissão de certificados de óbito, que permitem às famílias dar entrada em benefícios e seguros. Há expectativa de que o número de pessoas desaparecidas ultrapasse os 191 contabilizada pela Polícia Civil. Muitas famílias não deram queixa, segundo a Associação das Vítimas de 12 de janeiro de 2011

"Esse número não condiz com a realidade", diz o diretor, Geraldo Socorro. Segundo ele, na época as famílias estavam fragilizadas e não comparecem às delegacias. “Outras, sumiram inteiras sem parente para dar parte", acrescentou. Na avaliação da entidade, muitos corpos ainda estão soterrados nos locais mais afetados, como Campo Grande, em Teresópolis.

Sob coordenação da Secretaria Estadual de Direitos Humanos, as informações serão levantadas com as famílias de vítimas pelas equipes dos centros de referência, formadas por advogados, psicólogos e assistentes sociais. Posteriormente, os dados serão cruzados com os de cartórios, da Justiça, da Defensoria Pública, das redes de ensino e da assistência social, por exemplo.

Para a associação de vítimas, a ajuda é bem-vinda principalmente no reconhecimento de desaparecidos enterrados como indigentes no Rio. O Instituto Médico Legal da capital ajudou na liberação de corpos, porém, devido às condições das estradas na época e à falta de apoio, muitas famílias não conseguiram chegar para identificar parentes.

Amanhã, a reunião dos centros de referência em Direitos Humanos no Rio coincide com o lançamento, em Brasília, do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Respostas a Desastres Naturais. Orçado em R$ 14,8 bilhões, com recursos do Ministério das Cidades, a ideia é minimizar o impacto de catástrofes naturais como foram as chuvas na região serrana ano passado.

Edição: Fábio Massalli