Projeto da Apex-Brasil quer ampliar exportações brasileiras do setor de confeitos

06/08/2012 - 15h17

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), do governo federal, assinou hoje (6), no Rio de Janeiro,  novo convênio do Projeto Sweet Brasil  com a Associação Brasileira  da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). A iniciativa tem como objetivo ampliar a internacionalização da indústria nacional do setor.

Em 2011, as exportações do setor alcançaram US$ 336 milhões. O convênio tem valor de R$ 5,3 milhões e envolve a execução de ações no período 2012 a 2014. A assinatura ocorreu durante a abertura oficial da 15ª Feira Sweet Brasil Internacional, no Riocentro, evento paralelo à 32ª Convenção Anual do Atacadista Distribuidor.

O Projeto Sweet Brasil foi iniciado pela Apex-Brasil e pela Abicab em 1998. Os dois convênios mais recentes, firmados em 2008 e 2010, somaram R$ 10,6 milhões em investimentos para ampliar a  participação  dos produtos brasileiros desse segmento no mercado estrangeiro, informou a assessoria de imprensa da Apex-Brasil.

“A gente percebe que o projeto evoluiu muito ao longo do tempo”, disse à Agência Brasil o diretor de Negócios da Apex-Brasil, Rogério Bellini. Antes, o projeto era focado em participações das empresas em eventos internacionais, considerados essenciais para o setor, que ocorrem na Alemanha e nos Estados Unidos. Nos últimos anos,  ele passou a ampliar as ações de inserção do produto do Brasil no mercado exterior, por meio da organização dos projetos Vendedor, Comprador e  Imagem.

“O projeto que a gente vai trabalhar no próximo biênio se refere aos mercados prioritários de Angola, Arábia Saudita, Chile, Colômbia, Estados Unidos e Peru”. O projeto foi denominado Big Push Export, porque sua estratégia é a promoção de ações de mercado imediatas, sem esperar a resolução da crise econômica internacional.

Em um primeiro momento, Bellini informou que a ação se concentrará  nos mercados do Peru e dos Estados Unidos, onde será feita uma parceria estreita com os distribuidores locais. Esses distribuidores vão monitorar a evolução das exportações para acompanhar “como o varejo dos Estados Unidos e do Peru  está consumindo os produtos brasileiros”.

O diretor da Apex acredita que a proximidade  do distribuidor com o consumidor final contribuirá para que o projeto tenha uma atitude mais agressiva nesses mercados. A partir do aprendizado que a experiência nesses dois países trouxer, o projeto será ampliado para os outros quatro mercados definidos como foco do atual convênio com a Abicab.

Rogério Bellini comentou que a América Latina sempre foi um mercado prioritário para o setor brasileiro de balas, chocolates e confeitos. A Apex-Brasil avalia, porém, que o foco deve ser nos mercados com maior potencial de expansão das compras de produtos brasileiros.

As exportações do setor atingiram US$ 108 milhões nos primeiros quatro meses deste ano, com aumento de 4% em comparação ao mesmo período de 2011. Enquanto as vendas para a América Latina caíram 3,5% no acumulado janeiro/abril de 2012 em relação a igual período do ano passado, as exportações para os mercados da África e dos Estados Unidos mostraram taxas de crescimento, respectivamente, de 22% e 49%.

“Em que pese a América do Sul ter muito mais volume de exportação, as exportações cresceram muito para esses dois mercados. Então, eles [produtos brasileiros] estão começando a se recuperar e ganhar mais competitividade nesses mercados”.

As exportações do setor em 2011, que alcançaram US$ 336 milhões, significaram incremento de 11% sobre 2010. O segmento de balas contribuiu com  cerca de US$ 186 milhões (aumento de 9% em relação a 2010) e chocolates com US$ 140 milhões, mais 10% do que no ano anterior.

Rogério Bellini avalia que o desempenho do setor em 2012 ficará, “no mínimo”, igual ao do ano passado. “Mas, provavelmente, deverá ser um valor maior”, disse. Participaram do primeiro convênio com a Apex-Brasil, em 1998, apenas cinco empresas. Atualmente 51 empresas participam do Projeto Sweet Brasil, o que comprova o engajamento do setor, analisou.

Edição: Davi Oliveira