Violência aumenta de forma intensa em Alepo, conclui ONU

02/08/2012 - 8h14

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O comando da Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu ampliar a ajuda humanitária para os moradores da cidade de Alepo, na Síria, depois de constatar que o aumento da violência nas últimas 72 horas. A estimativa é que cerca de 113 mil pessoas precisem de ajuda externa. Os observadores da ONU relataram troca de tiros, bombardeios e explosões, além do uso de helicópteros em ataques aéreos na cidade.

A porta-voz da Missão de Supervisão da ONU na Síria, Sausan Ghosheh, disse os observadores contaram ainda sobre a existência de tanques e homens com metralhadoras nas ruas de Alepo, considerada a capital econômica da Síria. "A ONU lembrou a ambas as partes [oposição e governo] de suas obrigações com base na lei humanitária internacional para proteger os civis", disse.

Ghosheh apelou para que os envolvidos nos conflitos na Síria tentem a “moderação e mudança de mentalidade”. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse estar preocupado com o impacto dos bombardeios e o uso de armas pesadas contra civis em vários locais em todo o país.

O Programa Alimentar Mundial (PAM) pretende atender a cerca de 28 mil pessoas apenas em Alepo, depois de relatos de escassez de gás, comida e eletricidade. Apenas em julho, o programa informou ter ajudado 541.575 pessoas na Síria, mas a meta é atender 850 mil.

O Crescente Vermelho Árabe Sírio informou ter distribuído alimentos para aproximadamente 40 mil pessoas. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho Árabe Sírio estimam que cerca de 200 mil pessoas tenham fugido das cidades na região de Alepo apenas no último fim de semana.

A onda de violência na Síria completa 17 meses de intensos confrontos entre integrantes da oposição e aliados do governo do presidente sírio, Bashar Al Assad. Os oposicionistas defendem a renúncia de Assad, o fim do cerceamento de liberdade e das violações de direitos humanos. Organizações não governamentais informam que mais de 19 mil pessoas morreram no período.

Edição: Juliana Andrade