Investimento estrangeiro direto no Brasil já superou este mês valores alcançados em junho

24/07/2012 - 14h58

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O investimento estrangeiro direto (IED), que vai para o setor produtivo da economia, deve chegar a US$ 7 bilhões este mês, segundo previsão do Banco Central (BC). Até a última sexta-feira (20), esses investimentos chegaram a US$ 6,3 bilhões.

Em junho, o IED chegou a US$ 5,822 bilhões e acumulou US$ 29,72 bilhões no primeiro semestre. Para todo o ano, a previsão do BC, que pode ser superada, é US$ 50 bilhões.

Segundo o chefe adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, a previsão para este mês leva em consideração um  investimento específico acima de US$ 1 bilhão. Rocha destacou que em junho não houve nenhuma operação acima dessa quantia, além de ter havido “fluxos desconcentrados” em diversos valores e setores da economia.

No primeiro semestre deste ano, o IED foi mais que suficiente para cobrir o déficit em transações correntes (registro das compras e vendas de mercadorias e serviços), que ficou em US$ 25,342 bilhões. Para Rocha, “não é de se estranhar” que o IED continue a cobrir o saldo negativo das contas externas ao longo deste ano.

O déficit em conta corrente indica que o país gastou além da sua renda nas relações econômicas com o mundo e, por isso, é preciso financiar esse resultado negativo. Uma das formas é recebendo investimentos estrangeiros diretos, que, quando não são suficientes, fazem com que o país tome dinheiro emprestado ou receba investimentos em ações e títulos de renda fixa.

Rocha lembra que o financiamento por meio do IED é importante porque é um investimento de longo prazo. “As contas externas apresentam trajetória sustentável enquanto o déficit em relação ao PIB [Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas no país] apresentar valores pequenos ou moderados e for financiado por capitais de longo prazo”, destacou.

No primeiro semestre, o déficit em transações correntes em relação ao PIB ficou em 2,21%. Quanto ao IED, essa relação ficou em 2,59%, superando as necessidades de financiamento do país.

Edição: Davi Oliveira