Governo espera mais contratações de crédito da linha ABC na safra 2013

28/06/2012 - 17h00

Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Mesmo diante da expectativa de fechar o ano-safra 2011/2012 contratando menos de 50% dos R$ 3,150 bilhões disponibilizados em crédito para o Programa Agricultura de Baixo Carbono (`Programa ABC), o governo anunciou mais recursos para a linha que pretende estimular práticas sustentáveis no campo. De acordo com o Plano Safra 2012/2013, lançado hoje (28), em Brasília, as linhas de crédito para o programa crédito do Programa ABC, apontado como uma prioridade do governo, terão disponíveis R$ 3,4 bilhões.

As regras serão mantidas, ou seja, cada agricultor pode contratar até R$ 1 milhão e pagar o empréstimo em até 12 anos. As alterações anunciadas hoje referem-se ao montante total disponível, que representa pouco mais de 9% em relação a atual safra, cujas operações encerram-se amanhã (29), e a taxa de juros aplicada que passou dos atuais 5,5% ao ano para 5% ao ano, para empréstimos contratados a partir de segunda-feira (2).

Três bancos públicos já operam com essa linha no país: Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia. Além deles, segundo informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os bancos comerciais que têm carteiras agrícolas também podem operar o crédito via recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

No entanto, os valores contratados até a véspera de fechamento das operações desta safra mostram que apenas o Banco do Brasil (BB) superou as estimativas de contratos, respondendo por quase a totalidade de empréstimos concedidos pela linha ABC, ou seja, mais de R$ 1 bilhão.

Para o diretor executivo do Departamento de Economia Agrícola do Mapa, Wilson Vaz de Araújo, o desempenho dessas linhas de estímulo às práticas sustentáveis no campo não é motivo de preocupação e não assombra o governo. “O programa é novo e tem certa complexidade”, avaliou. Na análise de Vaz de Araújo, para um programa que está em seu segundo ano de aplicação, “o desempenho está dentro do previsto”.

“Não é tão simples quanto financiar uma máquina agrícola, que tem garantias concretas. O outro [práticas do programa ABC] envolve projeto técnico de boas praticas agrícolas, envolve análise mais aprofundada e acompanhamento técnico”, explicou. A expectativa do governo é a de contratação de pelo menos R$ 2 bilhões até o final da próxima safra.

Criado há dois anos para estimular a sustentabilidade na produção agrícola, o Programa ABC define metas como o plantio direto na palha, recuperação de pastos degradados e integração lavoura-pecuária-floresta, com alternância de pastagem com agricultura e floresta.

Edição: Fernando Fraga