Alunos da Unifesp são soltos, mas terão de comparecer à Justiça segunda-feira

16/06/2012 - 17h53

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Os 22 alunos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) soltos ontem (15) à noite da carceragem da Superintendência da Polícia Federal, terão de comparecer ao fórum do município de Guarulhos, na Grande São Paulo, na próxima segunda-feira (18) . Segundo o advogado deles, Tiago Colombo Bertoncello, eles terão de assinar um termo de compromisso garantindo presença em todos os atos do processo de apuração do conflito ocorrido quinta-feira (14) no campus da Unifesp naquela cidade.

Presos e autuados pelos crimes de danos ao patrimônio público, constrangimento ilegal e formação de quadrilha, os estudantes foram soltos por ordem da Justiça Federal em Guarulhos. De acordo com a ordem judicial, não ficou caracterizada a formação de quadrilha, mas os envolvidos nos incidentes no campus universitário responderão pelos demais crimes. Três alunos que também passaram a noite de quinta-feira detidos foram libertados cinco horas antes dos demais depois de avaliada a inocência deles no episódio.

Na tarde da última quinta-feira (14), a Polícia Militar foi acionada por funcionários da Unifesp para conter uma manifestação na qual, segundo o alerta dado à corporação, estavam ocorrendo depredações.

Em nota, a Unifesp dizia que o chamado foi necessário porque um grupo de alunos se concentrou em frente à Diretoria Acadêmica e começou a insultar o diretor. De acordo com a nota, em seguida, o grupo entrou no prédio e quebrou vidros, móveis e computadores, "intimidando e acuando" não apenas o diretor acadêmico, mas também professores que estavam no local, ameaçando, inclusive, ocupar o prédio.

No entanto, com base em vídeos e declarações dos estudantes, Bertoncello concluiu que houve “truculência” na forma de repressão à manifestação. “E era uma manifestação pacífica, que tinha o objetivo de reivindicar melhorias na qualidade da estrutura das salas de aula e das instalações de apoio ao ensino na universidade”, disse o advogado.

Segundo o advogado, o que acirrou os ânimos foi a prisão de uma das manifestantes, a estudante Laisy Natali Cruxen. “Lembrou a SS de Hitler”, disse Bertoncello, comparando a ação policial aos métodos da tropa do ditador alemão Adolf Hitler. Em nota divulgada ontem (15), a Polícia Militar disse que foi chamada para “garantir a segurança de professores que foram encurralados no prédio da faculdade por alunos que se manifestavam contra supostos problemas de infraestrutura da instituição”.

Edição: Nádia Franco