Posição brasileira na Rio+20 não admitirá retrocessos em relação à Rio92, diz Izabella Teixeira

12/06/2012 - 21h25

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O Brasil não admitirá retrocessos no documento final da Rio+20 em relação ao que foi aprovado duas décadas atrás, na Rio92, disse hoje (12) a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Ela participou, juntamente com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, de entrevista à imprensa, no Riocentro, durante o intervalo da última reunião da Comissão Nacional para a Rio+20, para consolidar a posição brasileira antes dos encontros internacionais. A reunião também contou com a presença da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

“O princípio do não retrocesso foi uma sugestão da própria comissão, que solicitou que o Brasil enfatizasse isso como algo que viesse capeando [envolvendo] aquilo que é a nova Declaração do Rio de Janeiro. Isso foi discutido pelo Brasil no âmbito do G77 [bloco formado pelos países em desenvolvimento], na China, e ofereceu-se, com isso, uma contribuição para o processo formal de negociação da ONU [Organização das Nações Unidas]”, disse a ministra do Meio Ambiente. Ela frisou que o princípio de não retrocesso significa não permitir que se reveja o que foi acordado em 1992. “Nós partimos do legado de 92 para a frente”, completou.

A Comissão Nacional para a Rio+20 foi criada em junho do ano passado com objetivo de enfatizar o diálogo entre os diferentes níveis de governo e da sociedade civil, para articular os eixos da participação do país na conferência. Participam integrantes dos governos federal, estadual e municipal, dos Poderes Legislativo e Judiciário, dos meio acadêmico, empresarial e de trabalhadores, dos índios e de grupos tradicionais e de movimentos sociais.

Patriota demonstrou otimismo com os resultados da Rio+20 e destacou o grande número de participantes e de eventos, oficiais e paralelos, que já estão ocorrendo na cidade. “Esses eventos representam um marco em si mesmos, na medida em que estaremos reunindo um número significativo de representantes governamentais e da sociedade civil. Já começaram no Rio de Janeiro 54 eventos paralelos, temos 20 mil pessoas credenciadas para o Riocentro, quase 8 mil delegados já chegaram”, disse.

Segundo a ministra do Meio Ambiente, cerca de 3 mil eventos não oficiais e mais 500 oficiais estão previstos para ocorrer nas próximas duas semanas.

 

Edição: Aécio Amado