Polícia de Goiás combateu negócios de Cachoeira, diz Perillo

12/06/2012 - 13h13

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Para tentar provar que não mantinha relação com o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, o governador Marconi Perillo (PSDB) disse hoje (12) que colocou a polícia de seu estado no combate ao crime organizado e às atividades ilegais, supostamente comandadas pelo empresário.

Para convencer os deputados e senadores que fazem parte da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, Perillo citou um diálogo interceptado pela Polícia Federal do empresário com a mulher dele, Andressa Mendonça, no qual ele estaria reclamando da ação do governo.

Na gravação citada pelo governador, Cachoeira reclama que tinha vontade de chorar ao "ser tratado como um bandido" e que os negócios de jogos que continuavam funcionando em Anápolis não estavam mais com o lucro esperado. "Essa é a prova do quanto a polícia do meu estado agiu contra a contravenção e contra todo tipo de crime organizado", disse o governador.

Perillo é investigado por manter relações com a organização criminosa investigada pelas operações Monte Carlo e Vegas. Ele é suspeito de receber pagamentos e de se beneficiar de doações do empresário Carlinhos Cachoeira em troca de favorecimento em licitações.

A fala inicial do governador durou uma hora e 15 minutos, excedendo o tempo regulamentar de 25 minutos normalmente dedicado às testemunhas. Ao final do depoimento, ele foi aplaudido por dezenas de aliados políticos que o acompanharam.

O governador disse ainda que a venda de sua casa ocorreu de forma legal e que não sabia que o ex-vereador de goiânia Wladimir Garcez, que intermediou a compra, havia tomado empréstimos com terceiros para aquisição da casa. "Só soube disso quando Wladimir Garcez veio aqui, à CPMI, prestar depoimento. Inicialmente ele se apresentou como comprador e depois repassou o negocio", disse Perillo. "Enquanto outros fazem esquemas eu sou acusado de ter vendido uma casa de minha propriedade e dentro da lei", defendeu-se.

Na avaliação de deputados e senadores da CPMI, a apuração das circunstâncias em que a casa foi vendida servirá para tentar esclarecer o grau de proximidade do governador com o Cachoeira.

Santiago disse ter comprado a casa em nome da empresa Mestra, com R$ 1,4 milhão, pagos à vista e em dinheiro. A informação contrasta com a anteriormente prestada por Perillo e por Wladimir Garcez, que informaram que o pagamento foi feito em cheques. No depoimento de hoje, o governador negou proximidade com Cachoeira.

Edição: Talita Cavalcante