Insônia, lembranças e dor marcam passagem de três anos do acidente com voo AF447

31/05/2012 - 13h46

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília –  Três anos depois da tragédia com o voo AF447, que caiu no Oceano Atlântico em 31 de maio de 2009 na rota Rio-Paris, parentes e amigos das vítimas se recordam dos que perderam a vida no acidente. No avião havia 228 pessoas, de 32 nacionalidades, das quais 58 eram brasileiras. Não houve sobreviventes.

Em praticamente todo o país, haverá missas e cultos em memória das vítimas. Cada família, no entanto, se lembra do seu drama de maneira diferente. Os relatos de quem perdeu parentes e amigos podem ser acompanhados pela rede social Facebook, no grupo Familiares e Amigos das 228 Vítimas do Voo da Air France.

Sylvie Lopes, que perdeu o irmão, o procurador federal Carlos Eduardo Lopes de Mello, de 33 anos, e a cunhada, Bianca Pires Cotta, de 25 anos, recém-formada em medicina, lembra que o casal partiu para a viagem em lua de mel. “[Era] um momento tão especial, mas infelizmente [eles] embarcaram naquele maldito avião e o desfecho todos sabemos”, disse ela, na rede social.

A administradora Lenita Rodrigues perdeu o marido, Roberto, no acidente. “Insônia, pensamentos e lembranças povoam a minha mente. Esse dia nem começou e já está difícil”, comentou no Facebook.

Marteen Van Sluys, da Associação das Famílias das Vítimas do Voo AF447 da Air France, que perdeu a irmã Adriana no acidente, disse que as pessoas têm reações distintas em relação à tragédia. “Uns preferem nem tocar no assunto. Outros [como eu] resolveram ir adiante no processo, lutar e não deixar cair no esquecimento. Respeito as reações, cada um sente a dor de forma diferente.”

Em 31 de maio de 2009, o voo da Air France saiu do Rio de Janeiro com 228 pessoas a bordo às 19h (horário de Brasília) e deveria chegar ao Aeroporto Charles de Gaulle, de Paris, no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília).

Porém, às 22h33 (horário de Brasília) houve o último contato dos pilotos pelo rádio. A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). Em seguida, não houve mais contato e a aeronave desapareceu.

Apenas uma semana depois, foram localizados os primeiros fragmentos dos destroços da aeronave. Na época, houve o resgate de 50 corpos, dos quais 20 eram de brasileiros. Somente há um ano, as caixas-pretas foram encontradas. As investigações estão a cargo do Escritório de Investigações e Análises (BEA) da França.

As investigações sobre o acidente ainda não foram concluídas. A previsão é que no dia 5 de julho as autoridades francesas divulguem o relatório final, apontando responsáveis e indicando as causas.

Edição: Graça Adjuto