Sargento e jornalista optam por permanecer calados em CPMI

24/05/2012 - 14h29

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, conhecido como Dadá, e o jornalista Jairo Martins de Souza se recusaram a responder às perguntas dos deputados e senadores que integram a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. Diante da recusa, as sessões destinadas a ouvi-los foram suspensas.

O advogado das duas testemunhas, Leonardo Gagno, informou que a opção por invocar o direito constitucional de permanecer calado serve para que seus clientes não produzam provas contra si próprios. Ele destacou que a estratégia a ser adotada pela defesa na Justiça será a de desqualificar as gravações de conversas feitas pela Polícia Federal que, segundo ele, são ilegais.

As interceptações foram autorizadas pela Justiça, no entanto, a defesa alega que a decisão de autorizá-las não apresenta embasamento jurídico. "Todas as perguntas vão ter origem nas interceptações. Então, eles não podem responder sobre aquilo que estamos pedindo a nulidade", disse o advogado.

Dadá e Jairo Martins são acusados pela Polícia Federal de ser espiões do grupo. O sargento também é suspeito de arregimentar policiais federais, civis e militares para as atividades na organização criminosa. O inquérito da Polícia Federal também mostra que ele também atuava na promoção dos sites de aposta eletrônica da organização e nas frentes de fechamento de bingos rivais.

Cachoeira é investigado por comandar uma rede criminosa que cooptava agentes públicos e privados. Ele também é suspeito de liderar uma rede de jogos ilegais. Os inquéritos policiais apontam crimes de contrabando, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, peculato, violação de sigilo e formação de quadrilha que teriam sido praticados pelo grupo.

Edição: Talita Cavalcante