Mantega diz que poupança continua sendo melhor investimento para pequenos e médios aplicadores

22/05/2012 - 13h28

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (22) que a poupança ainda é o melhor investimento para os pequenos e médios aplicadores brasileiros. Ele participa de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado sobre as novas regras de cálculo da poupança, anunciadas no começo do mês.

Mesmo com as mudanças, a poupança continua sendo o melhor investimento para a população brasileira”, disse. “A poupança era e continua sendo a aplicação mais interessante para os pequenos e médios aplicadores", destacou. Para Mantega, as mudanças não prejudicam a população. "Tanto é que os depósitos aumentaram depois das mudanças", completou.

As novas regras estão na Medida Provisória (MP) nº 567. O Congresso criou uma comissão especial para analisar a admissibilidade da MP.

A mudança na remuneração só vai ocorrer quando a taxa básica de juros, a Selic, estiver em 8,5% ao ano ou menor do que esse patamar. Nesse caso, o rendimento passa a ser 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR). Atualmente, a Selic está em 9% ao ano. Assim, a remuneração continua sendo 0,5% ao mês mais a TR.

O governo alterou as regras de rendimento da poupança para evitar que os grandes investidores migrassem dos fundos de renda fixa para as cadernetas, destacou Mantega. Com isso teríamos um engessamento das taxas de juros e não conseguíamos reduzi-las. Haveria um piso para a taxa e o Tesouro Nacional não conseguiria recursos para a rolagem da dívida [os fundos são formados por títulos públicos], porque teria que elevar as taxas e haveria uma competição com a poupança”, disse.

O mercado financeiro projeta a taxa básica de juros em 8% ao ano até o final do ano. Para analistas, uma redução para 8,5% pode ocorrer já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC), no final do mês. Durante a apresentação no Senado, Mantega fez uma simulação usando a taxa básica de juros em 8%, mas frisou que não se tratava de uma estimativa para a Selic em maio.

Edição: Juliana Andrade