Governo estuda medidas para reestruturar a inadimplência, diz Mantega em audiência no Senado

22/05/2012 - 13h58

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, garantiu hoje (22), no Congresso Nacional, que o governo está atento ao nível de inadimplência no país, ao falar sobre os estímulos para que a população tome mais empréstimos como forma de tentar aquecer a economia. "Temos mecanismos para reestruturar a inadimplência. Estamos estudando medidas para isso”, destacou Mantega, que participa de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado sobre as novas regras de cálculo da poupança.

Mantega voltou a defender a redução do custo financeiro por parte dos bancos para diminuir a inadimplência. Ele também voltou a dizer que os bancos devem reduzir as taxas para evitar que os cidadãos transfiram suas dívidas para instituições que ofereçam condições melhores e destacou que o governo tem elaborado estudos para facilitar a portabilidade do crédito imobiliário.

O ministro destacou a importância das mudanças nas regras da poupança. Segundo ele, as alterações, previstas na Medida Provisória 567, permitirão a queda da taxa básica de juros, Selic, sem provocar a fuga de grandes investidores dos fundos de renda fixa para as cadernetas. A migração poderia criar problemas para a rolagem da dívida pública, pois esses fundos têm em suas carteiras títulos do Tesouro Nacional.

As novas regras para a poupança foram anunciadas no começo do mês. A mudança na remuneração só vai ocorrer quando a taxa básica de juros estiver em 8,5% ao ano ou menor do que esse patamar. Nesse caso, o rendimento passa a ser 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR). Atualmente, a Selic está em 9% ao ano. Assim, a remuneração continua sendo 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial.

No final do mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reunirá para decidir a nova taxa básica de juros. A expectativa de alguns analistas do mercado financeiro é que haja uma redução. Para o final de 2012, é possível que a taxa chega a 8% ao ano.

A redução da taxa, que remunera os títulos públicos depositados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), pode beneficiar tanto o consumidor que depende de financiamentos quanto o setor produtivo, que pode investir mais.

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado recentemente indica que o Banco Central pode baixar os juros sem elevar a inflação em situações como a que o país enfrenta no momento. A avaliação está no Comunicado 148 – Efeitos Assimétricos da Política Monetária sobre Inflação e Crescimento no Brasil: Diferenças conforme a Fase do Ciclo Econômico e a Direção e Magnitude de Choques nos Juros.

Edição: Juliana Andrade