Caso do iraniano acusado de abusar de crianças está encerrado, diz Itamaraty

22/05/2012 - 14h16

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O governo do Brasil considera encerrado o caso envolvendo o diplomata iraniano acusado no mês passado de abusar sexualmente de crianças e adolescentes, de 9 a 15 anos, em um clube de Brasília. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Tovar Nunes, elogiou hoje (22), em entrevista à Agência Brasil a decisão tomada pelas autoridades iranianas de retirar o diplomata do território brasileiro e demiti-lo do serviço público.

“O assunto está encerrado para nós e com um saldo positivo, considerando o bom relacionamento bilateral existente [entre Brasil e Irã]”, disse o embaixador. “As autoridades iranianas foram sensíveis à argumentação do governo e aos apelos das famílias [das vítimas]. Foi uma decisão acertada [a demissão do diplomata iraniano dos quadros do governo].”

Ontem (21), foi divulgada a informação que o diplomata iraniano Hekmatollah Ghorbani  foi demitido do Ministério dos Negócios Estrangeiros (o equivalente ao Ministério das Relações Exteriores) devido às denúncias de abuso sexual no Brasil envolvendo crianças e adolescentes.

Em um comunicado, a Chancelaria do Irã informou que uma investigação interna estabeleceu que o comportamento do suspeito foi contrário às normas administrativas e à moralidade islâmica. As denúncias vieram à tona em abril. O diplomata foi detido e levado à delegacia, mas foi libertado.

As famílias das crianças e adolescentes apelaram à Coordenação-Geral de Privilégios e Imunidades do Itamaraty para que o governo do Brasil tomasse providências. O chanceler Antonio Patriota disse que era inadmissível a situação.

A Embaixada do Irã no Brasil tentou minimizar o episódio, que classificou como um mal-entendido gerado por diferenças culturais e até mesmo discriminação por se tratar de um iraniano. No último dia 7, a embaixada informou que o diplomata deixou o Brasil e foi enviado ao Irã. Com a decisão, o diplomata deixou de ser “acreditado” no território brasileiro.

Edição: Graça Adjuto