Diretório distrital do PPS decide dia 14 sobre saída do governo do DF

08/05/2012 - 20h47

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil

O diretório do PPS no Distrito Federal deverá se reunir na próxima segunda-feira (14) para tomar uma decisão quanto à orientação do diretório nacional do partido para que os integrantes do PSS, que fazem parte da base de apoio do governador Agnelo Queiroz (PT), deixem a base.

Segundo informações do diretório do DF, ainda não houve nenhuma comunicação oficial do diretório nacional sobre a decisão. O partido no DF espera que, até a data da reunião, essa comunicação tenha sido feita. O Diretório Nacional do PPS se reuniu na manhã de hoje e decidiu sair do governo do DF e entregar todos os cargos ocupados pelo partido.

Na Câmara Legislativa do DF, o PPS tem dois parlamentares , o deputado Cláudio Abrantes e a deputada Luzia de Paula, e mais um secretário de governo, Alírio Neto, que pediu licença do partido para continuar à frente da secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania. O partido também possui cargos em outros escalões.

Segundo o deputado Cláudio Abrantes, os integrantes do partido no DF vão esperar a reunião na próxima semana antes de tomar uma decisão. “Vamos ouvir primeiramente o diretório regional, que deve se reunir na segunda-feira, e avaliar a decisão da executiva nacional”, disse. “O PSS não veio para a base do governo Agnelo Queiroz depois da eleição. Essa foi uma decisão tomada durante a campanha eleitoral [com anuência do diretório nacional]”.

Abrantes disse ainda que não pretende pedir licença da legenda para continuar na base do governo. O deputado afirmou que espera que, se a decisão do partido foi motivada pelo envolvimento de pessoas ligadas ao governo do Distrito Federal com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que isso seja estendido para outros diretórios. “O que esperamos é que haja uma coerência do diretório nacional.”

Carlinhos Cachoeira, foi preso durante a Operação Monte Carlo da Polícia Federal por exploração de jogos ilegais. Há suspeitas de que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e pessoas ligadas a seu governo estejam envolvidas com o grupo. PPS e PSDB são aliados no governo de Goiás e também na esfera nacional, onde o PPS faz oposição ao governo Dilma (PT).

O líder do PT na Câmara Legislativa, deputado Chico Vigilante, disse acreditar que os deputados do PPS vão continuar na base do governo. “O que me tranquiliza é que os deputados do PPS não vão sair da base do governo. Eles estão conversando com o governador Agnelo Queiroz e vão continuar participando do governo”, afirmou.

O líder do bloco do qual o PPS faz parte na Câmara Legislativa, professor Israel (PDT), disse acreditar que a relação de forças na câmara não vai mudar com a decisão do diretório nacional do PPS.

“Aqui na câmara não interfere, porque os blocos partidários não são formados de acordo com a posição em relação ao governo, se são oposição ou não. Então, o nosso bloco permanece unido e vou respeitar a decisão deles”, afirmou.

Edição: Fábio Massalli