Brasil enfrenta problemas como pobreza e obesidade no campo da nutrição em saúde pública, diz Abrasco

27/04/2012 - 16h23

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O combate à pobreza também é um desafio dos nutricionistas conforme disse hoje (27), à Agência Brasil, o presidente da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco), Luiz Augusto Facchini. A entidade promove de hoje à segunda-feira (30), na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o Congresso Mundial de Nutrição em Saúde Pública (Rio 2012).

De acordo com Facchini, apesar dos avanços registrados até agora, o Brasil ainda tem alguns desafios na área de nutrição em saúde pública. Um dos avanços citados por ele foi a redução da desnutrição infantil de 20% para cerca de 5% ou 6% atualmente. “Foi uma redução muito impressionante”, disse.

A redução da pobreza foi outro ganho que o país obteve a partir de programas de transferência de renda e de transferência condicionada, entre os quais se destaca o Bolsa Família, que é referência no debate internacional. No entanto, Facchini destacou que o país tem ainda 16 milhões de habitantes vivendo abaixo da linha de pobreza, o que representa um desafio. Segundo ele, há a necessidade de serem efetuados novos esforços para resgatar essas pessoas dessa condição precária de vida.

“Se nós conseguirmos aumentar a renda das pessoas que ganham R$ 1 por dia para R$ 16 diários, poderíamos reduzir a insegurança alimentar grave, que é a fome e a falta de recursos para comprar comida. Poderíamos reduzir isso em mais de 20 ou 30 vezes. Precisamos, de fato, de políticas que resgatem a população da pobreza e da miséria. E o Brasil pode contribuir para esse cenário internacional de maneira importante”.

Outro problema que o país enfrenta, conforme ressaltou, é uma expressiva parcela da população com sobrepeso. “Mais da metade da população já começa a dar sinais de sobrepeso”. Segundo Facchini, a obesidade é um problema grave de saúde pública no país, com consequências mais perversas, inclusive, para as populações mais pobres, que comem mais alimentos processados, com grande quantidade de ingredientes à base de gordura, sal e carboidratos. “São alimentos de pior qualidade, mais baratos e mais comumente oferecidos pelas grandes empresas”. destacou.

Edição: Lana Cristina