Into envia médicos para fazer cirurgias ortopédicas de alta complexidade em Roraima

14/04/2012 - 17h21

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), do Ministério da Saúde, no Rio de Janeiro, inicia nesta segunda-feira (16) as avaliações de 41 pacientes que precisam fazer cirurgias de quadril em Roraima. Após as avaliações, as cirurgias serão realizadas em aproximadamente um mês. As próteses têm validade de dez anos.

As ações fazem parte do Projeto Suporte, um convênio entre o Ministério da Saúde e os governos estaduais, que existe desde 2005. Os pacientes são selecionados pela lista de espera da Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC). De acordo com um dos coordenadores do projeto, José Luiz Ramalho, a iniciativa elimina os altos custos das transferências, além de reduzir o tempo de espera na fila nacional da cirurgia.

“Temos conseguido diminuir as filas em até 80% em alguns estados e dar suporte para que profissionais locais sejam capazes de realizar a cirurgia por conta própria”, explicou. “No estado do Acre, por exemplo, por ser um estado relativamente pequeno, praticamente não temos mais fila para cirurgia de alta complexidade em ortopedia."

Além das cirurgias, que são sempre feitas em locais onde a assistência é deficitária ou inexistente, o programa capacita e recicla profissionais em traumatologia e ortopedia nas regiões assistidas por meio de jornadas científicas monitoradas por grupos do Instituto.  

O projeto piloto foi realizado no Acre, em 2003. Os profissionais da unidade fazem cirurgias três vezes por ano no estado. Ramalho explicou que o programa já ajudou a instalar residências médicas em ortopedia em hospitais de referência no Acre, em Roraima e em Manaus. Os residentes desses locais passam de um a três meses na sede do Into para treinamento e aperfeiçoamento.

“Criamos serviços de ortopedia, estruturamos a parte científica e prestamos a parte assistencial, sendo que nosso objetivo é que as visitas não sejam mais necessárias no futuro, quando as cirurgias poderão ser feitas por médicos locais, com instrumentos e materiais locais”, declarou o médico.

As informações colhidas nos locais das cirurgias servem para mapear e identificar as demandas do país e auxiliam em políticas públicas para a rede nacional de traumatologia e ortopedia.

Em 2011 foram realizadas 332 cirurgias de joelho, quadril e trauma nos estados de Roraima, Minas Gerais, na Paraíba, no Piauí, Pará, Acre e em Rondônia. Em 2012, a equipe do Into já esteve no Acre, no Amazonas e em Roraima e realizaram mais de 100 cirurgias.

Edição: Andréa Quintiere