Dilma volta a defender redução de juros e queda de spread bancário para fortalecer economia

13/04/2012 - 16h13

Yara Aquino e Kelly Oliveira
Repórteres de Agência Brasil

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff reafirmou hoje (13) que é preciso reduzir os juros e spreads bancários (diferença entre taxa captação pelos bancos e a cobrada dos clientes) para manter o crescimento sustentável do país. Esses dois itens e a elevada carga tributária foram citados pela presidenta como entraves para que a economia brasileira cresça de forma equilibrada e contínua.

“Temos de desmontar alguns entraves do nosso crescimento sustentável e continuado. Esses entraves podem ser resumidos, simplificadamente, na necessidade de colocar nossos juros e spreads nos padrões internacionais de custo de capital”, disse em discurso na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, no evento que lançou o Programa de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira.

A presidenta alertou também que é preciso impedir que mecanismos de combate à crise adotados pelos países desenvolvidos levem a uma valorização do câmbio brasileiro, tornando a indústria e as empresas de serviços do país “presas fáceis” de um processo de “desconstituição” e “canibalização”.

Dilma também citou a carga tributária brasileira, alvo constante de críticas dos empresários brasileiros, que a apontam como excessivamente elevada. “O Brasil tem hoje certas estruturas tributárias que são muito pesadas para serem carregadas num processo de desenvolvimento sustentável”.

Aliado a essas questões, a presidenta disse que a produtividade e a inovação são temas fundamentais para o crescimento do país e assumiu o compromisso de modernizar o Instituto Nacional de Propriedade Industrial e melhorar o registro de patentes. “Tenho certeza que nossa flexibilidade, nossa capacidade de inovação, transformará nosso país num dos grande celeiros de inovação do mundo”, observou.

No discurso, Dilma lembrou ainda que é preciso fazer com que o país cresça de forma acelerada sem gerar inflação e disse que o aumento de produtividade é um caminho para isso. “Aumento de produtividade diminui pressão inflacionária”, disse.

A presidenta conheceu, na sede da CNI, o Programa de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira que prevê a ampliação da atuação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) nas áreas de invocação tecnológica e educação profissional para a indústria.

O investimento total na ampliação é de R$ 1,9 bilhão, do quais R$ 1,5 bilhão é financiado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, apoiou a estratégia do governo de pressionar as instituições financeiras para que haja redução dos juros no país. Segundo ele, o setor poderá investir mais em produtividade e em qualificação.

Andrade destacou também que, atualmente, o registro de patentes é demorado e é preciso melhorar a avaliação dos pesquisadores no país. Segundo Andrade, atualmente os pesquisadores são avaliados pelo que escrevem e não pelo registro de patentes. “É preciso melhorar a avaliação. No mundo inteiro, quem registra patente fica rico”, destacou.

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Edição: Davi Oliveira