Rio ganha novo centro de tratamento e pesquisa da tuberculose

11/04/2012 - 17h17

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Dono do maior índice de casos de tuberculose de todo o país, o estado do Rio voltou a ganhar um reforço importante na luta contra a doença. O Centro de Atenção e Investigação da Tuberculose Professor Mazzini Bueno, da Universidade Federal Fluminense (UFF), foi reinaugurado hoje (11). A unidade estava fechada há três anos para reforma. Nesse período, foram providenciadas a contratação de mais profissionais e a compra de novos equipamentos.

De acordo com o diretor do Centro Mazzini Bueno e professor da UFF, Nero Araújo Barreto, a meta agora é reiniciar o treinamento de profissionais de tuberculose e a pesquisa sobre a doença. "Nosso grande mote é atender à população e possibilitar o desenvolvimento do ensino, da pesquisa e extensão, que são os grandes pilares da universidade".

Cadastrado no Sistema Único de Saúde (SUS), o centro vai oferecer gratuitamente exames de diagnóstico laboratorial e por meio de raios X e distribuirá a medicação para o tratamento da doença, além de fazer o acompanhamento dos pacientes.

O atendimento será feito de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h, com três médicos à disposição dos pacientes com tuberculose. O centro fará também o teste tuberculínico, para triagem de pacientes suspeitos de terem desenvolvido a doença.

Barreto alertou para a importância de manter o paciente fiel ao tratamento, que pode durar de quatro a seis meses, ou até mesmo um ano. "Os remédios são disponibilizados pelo centro na dose certa e o paciente é monitorado durante esse período. É fundamental que o paciente seja muito rigoroso na administração do medicamento, respeitando os horários e as doses. Se interromper o tratamento, a bactéria [que provoca a tuberculose] torna-se resistente às drogas que estão sendo usadas".

A cada ano, são notificados aproximadamente 11 mil casos da doença no estado, que lidera o ranking de incidência nacional da doença: mais de 70 ocorrências por 100 mil habitantes, quase o dobro da média nacional (37,7 casos por 100 mil habitantes). Segundo a Secretaria de Saúde, a ocorrência da tuberculose é maior entre pessoas de baixa renda, a população de rua e povos indígenas.

O Brasil tem até 2015 para reduzir a média da incidência de tuberculose para 25,8 casos por 100 mil habitantes, conforme um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Febre vespertina, tosse de repetição, perda de apetite e emagrecimento são alguns dos sintomas da doença.

Edição: Lana Cristina